Palácio do Fim é destaque no início da temporada teatral
No Teatro Poeira, o Palácio do Fim fica em cartaz até 11/03
Palácio do Fim, de autoria da dramaturga canadense, Judith Thompson, mostra a trajetória de três personagens envolvidos com a guerra do Iraque. A direção é de José Wilker e no elenco estão Camila Morgado, Antônio Petrin e Vera Holtz.
O texto apresenta os dois lados do conflito e como a tragédia afeta igualmente essas pessoas. São monólogos, mas a peça está dividida em 16 partes interligadas, e que, segundo o diretor José Wilker, ¨é a língua que as junta¨. ¨Apesar dos personagens serem estrangeiros, há um sentimento brasileiro nas falas¨, afirma.
O diretor assistiu a uma montagem do texto em Nova York há três anos e se encantou pela obra. Segundo Wilker, o que o atraiu foi a forma como a autora tratou o assunto, a teatralidade presente na obra e o tom de poesia presente o tempo todo, apesar da dramaticidade das histórias. O tema, na sua opinião, é tratado com ternura e sensibilidade. ¨Eu conhecia os fatos, mas não sabia o que havia de sentimento por trás desses fatos”, diz o diretor.
Para Wilker, o texto faz referência ao nosso cotidiano e, por mais que possa parecer um paradoxo, a bestialidade lá é semelhante à que encontramos aqui no Brasil. Como exemplo, temos a Cracolândia, que merece um tratamento melhor do que uma simples manchete no jornal.
A atriz Camila Morgado interpreta a oficial do exército americano, Lynndie England, que foi fotografada torturando prisioneiros em Abu Ghraib, no Iraque. O abuso de poder e a atrocidade do seu ato exemplifica a barbárie da guerra.
A atriz se preocupou em dar verossimilhança à sua personagem. Para isso, entrou na atmosfera da guerra a partir de pesquisas e filmes sobre o assunto. ¨A minha preocupação principal foi não julgá-la, já que o público já tem repulsa por ela devido à repercussão do fato¨, conta Camila.
Antonio Petrin vive o inspetor de armas britânico, Dr. David Kelly, que contou à BBC que não havia armas de destruição em massa no Iraque. Petrin salienta que o seu personagem provavelmente se suicidou (apesar de também haver indícios de que foi assassinado) e a sua tentativa foi a de interpretar o seu personagem em toda a sua integridade.
Vera Holtz, num primeiro momento, hesitou em aceitar o convite de Wilker para participar da montagem, mas hoje diz que está muito satisfeita com o resultado. Vera é Nehrjas Al Saffarh, ativista iraquina e membro do Partido Comunista, morta num bombardeio durante a guerra do Golfo, em 1993. Na peça, depois de morta, fala sobre a sua trajetória e os horrores a que foi submetida.
Vera declara que foi muito interessante trabalhar com uma tragédia tão conhecida por todos nós e diz que a personagem começou a ter vida a partir das imagens e leituras dos jornais e internet.
Para Wilker, o teatro aprimora a sensibilidade e visa a comunhão. Neste sentido, salienta que o seu objetivo enquanto diretor foi buscar o que está por trás da palavra e entender como ela pode tocar a alma das pessoas e até que ponto é possível estabelecer com a plateia uma relação ritualística.
Apaixonado por cinema, afirma que a peça é muito cinematográfica e faz uma comparação entre o cinema e o teatro: o teatro roubou muita coisa do cinema e no palco é possível que o ator chame a atenção para si como se tivesse uma câmara a seu serviço, diz.
Um dos destaques da montagem é a iluminação: a luz é cortada como se ela enquadrasse determinadas partes do espetáculo. O jogo de luz e sombras valoriza a poesia do texto e dá beleza à encenação, que prima pela discrição, seja na direção, interpretação, luz, cenário, trilha e figurino, mas sem deixar de lado a força e a precisão do texto.
A receptividade carioca foi muito boa. Os atores e o diretor declaram que o público saía do teatro comovido e a expectativa para São Paulo é que o sucesso se repita. Palácio do Fim chega à capital paulista com quatro indicações ao Prêmio Shell: direção para José Wilker, atriz para Vera Holtz, iluminação para Maneco Quinderé e figurino para Beth Filipecki.
O diretor assistiu a uma montagem do texto em Nova York há três anos e se encantou pela obra. Segundo Wilker, o que o atraiu foi a forma como a autora tratou o assunto, a teatralidade presente na obra e o tom de poesia presente o tempo todo, apesar da dramaticidade das histórias. O tema, na sua opinião, é tratado com ternura e sensibilidade. ¨Eu conhecia os fatos, mas não sabia o que havia de sentimento por trás desses fatos”, diz o diretor.
Para Wilker, o texto faz referência ao nosso cotidiano e, por mais que possa parecer um paradoxo, a bestialidade lá é semelhante à que encontramos aqui no Brasil. Como exemplo, temos a Cracolândia, que merece um tratamento melhor do que uma simples manchete no jornal.
A atriz Camila Morgado interpreta a oficial do exército americano, Lynndie England, que foi fotografada torturando prisioneiros em Abu Ghraib, no Iraque. O abuso de poder e a atrocidade do seu ato exemplifica a barbárie da guerra.
A atriz se preocupou em dar verossimilhança à sua personagem. Para isso, entrou na atmosfera da guerra a partir de pesquisas e filmes sobre o assunto. ¨A minha preocupação principal foi não julgá-la, já que o público já tem repulsa por ela devido à repercussão do fato¨, conta Camila.
Antonio Petrin vive o inspetor de armas britânico, Dr. David Kelly, que contou à BBC que não havia armas de destruição em massa no Iraque. Petrin salienta que o seu personagem provavelmente se suicidou (apesar de também haver indícios de que foi assassinado) e a sua tentativa foi a de interpretar o seu personagem em toda a sua integridade.
Vera Holtz, num primeiro momento, hesitou em aceitar o convite de Wilker para participar da montagem, mas hoje diz que está muito satisfeita com o resultado. Vera é Nehrjas Al Saffarh, ativista iraquina e membro do Partido Comunista, morta num bombardeio durante a guerra do Golfo, em 1993. Na peça, depois de morta, fala sobre a sua trajetória e os horrores a que foi submetida.
Vera declara que foi muito interessante trabalhar com uma tragédia tão conhecida por todos nós e diz que a personagem começou a ter vida a partir das imagens e leituras dos jornais e internet.
Para Wilker, o teatro aprimora a sensibilidade e visa a comunhão. Neste sentido, salienta que o seu objetivo enquanto diretor foi buscar o que está por trás da palavra e entender como ela pode tocar a alma das pessoas e até que ponto é possível estabelecer com a plateia uma relação ritualística.
Apaixonado por cinema, afirma que a peça é muito cinematográfica e faz uma comparação entre o cinema e o teatro: o teatro roubou muita coisa do cinema e no palco é possível que o ator chame a atenção para si como se tivesse uma câmara a seu serviço, diz.
Um dos destaques da montagem é a iluminação: a luz é cortada como se ela enquadrasse determinadas partes do espetáculo. O jogo de luz e sombras valoriza a poesia do texto e dá beleza à encenação, que prima pela discrição, seja na direção, interpretação, luz, cenário, trilha e figurino, mas sem deixar de lado a força e a precisão do texto.
A receptividade carioca foi muito boa. Os atores e o diretor declaram que o público saía do teatro comovido e a expectativa para São Paulo é que o sucesso se repita. Palácio do Fim chega à capital paulista com quatro indicações ao Prêmio Shell: direção para José Wilker, atriz para Vera Holtz, iluminação para Maneco Quinderé e figurino para Beth Filipecki.
detalhes
Palácio do Fim
De 20/01 a 11/03, no Teatro Anchieta do SESC Consolação. Sextas e sábados às 21h e domingos às 18h. Ingressos - R$32,00 inteira, R$16,00 meia e R$8,00 comerciários.
Teatro Anchieta – Rua Dr. Vila Nova, 245. São Paulo/SP. Tel: 11 3234-3000.
De 20/01 a 11/03, no Teatro Anchieta do SESC Consolação. Sextas e sábados às 21h e domingos às 18h. Ingressos - R$32,00 inteira, R$16,00 meia e R$8,00 comerciários.
Teatro Anchieta – Rua Dr. Vila Nova, 245. São Paulo/SP. Tel: 11 3234-3000.
Nenhum comentário:
Postar um comentário