"Aqueles Dois", pelo Luna Lunera

As várias facetas d’Aqueles Dois

GABRIELA CUNHA

Estagiária de Jornalismo do FCC/UFRJ


“Quase todos ali dentro tinham a nítida sensação de que seriam infelizes para sempre. E foram”.
Dois homens, duas almas inquietas que encontram uma na outra a superação de problemas passados e tediosas rotinas do presente. Aqueles Dois é um conto escrito pelo gaúcho Caio Fernando Abreu, em 1982, publicado no livro "Morangos Mofados" e incluído entre os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século.

Em 1987, a trama criada por Abreu chegou aos telões brasileiros. Sua versão cinematográfica, homônima, foi dirigida por Sérgio Amon e estrelada por Pedro Wayne e Beto Ruas nos papéis principais. Em 2010, Aqueles Dois chega ao Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ. O filme será exibido no Salão Moniz de Aragão, 8 de fevereiro, às 17h30, seguido por um debate acerca da obra e suas reproduções no cinema e no teatro. A entrada é gratuita.

O debate focará, principalmente, a peça teatral dirigida por Claudio Dias, que também leva o nome do conto de Caio Fernando Abreu, e contará com a presença do elenco e diretores. O espetáculo da Cia. Luna Luneraestá em cartaz no CCBB/Rio de Janeiro até o fim de fevereiro e já foi indicado aos prêmios Shellde Teatro, em 2009, nas categorias de melhor direção, melhor cenário e melhor iluminação.

Cena da peça "Aqueles Dois" da Cia. Luna Lunera

Estará presente, também, o jornalista Daniel Schenker, crítico do Jornal do Brasil e ator. Para ele, a reprodução de "Aqueles Dois", da Cia. Luna Lunera,chama a atenção pelo fato de os atores não seguirem as orientações físicas dadas por Caio F. Abreu e enfatizar a rotina vivida pelos protagonistas na repartição.
“Pontos me chamam a atenção, como o realce do cotidiano viciado da repartição através da manipulação repetida e sistemática dos objetos de cena, o modo como transitam entre a narração e a ‘encarnação’ dos personagens, e o investimento em um naturalismo construído”, afirma Schenker.

Publicado em: 02/02/2010