CORTE SECO
SESC Consolação
06/02 a 14/03.
Sextas e sábados, ás 21h e domingos, às 19h.
SESC Consolação
06/02 a 14/03.
Sextas e sábados, ás 21h e domingos, às 19h.
Em cena, a diretora Christiane Jatahy ‘edita’ parte do espetáculo a cada apresentação, mudando a ordem de cenas e as cortando em pontos diferentes.
Direção e dramaturgia de Christiane Jatahy.
Colaboração na dramaturgia: José Sanchis Sinisterra.
Com Cristina Amadeo, Daniela Fortes, Eduardo Moscovis, Marjorie Estiano, Thereza Piffer, Felipe Abib, Paulo Dantas, Ricardo Santos, Stella Rabello, Branca Messina e Leonardo Netto. Teatro Anchieta.
Marjorie Estiano no dia da pré-estréia carioca de "Corte Seco"
Não recomendado para menores de 14 anos
R$ 20,00 [inteira]
R$ 10,00 [usuário matriculado no SESC e dependentes]
R$ 5,00 [trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes]
Ficha Técnica
Concepção e Direção
CHRISTIANE JATAHY
Direção de Produção
TUCA MORAES
Cenografia
MARCELO LIPIANI
Iluminação
PAULO CÉSAR MEDEIROS
Figurino
DOMINGOS DE ALCANTÂRA e LUCIANA CARDOSO
Direção Musical
RODRIGO MARÇAL
Orientação Corporal
DANI LIMA
Circuito de Vídeo
PAOLA BARRETO
Assistente de Direção
FERNANDA BOND
Assistente de Direção
CRISTINA AMADEO
Produtora Executiva
RENATA PERALVA
Assessoria de Imprensa
FACTORIA COMUNICAÇÃO VANESSA CARDOSO e PEDRO NEVES (Assistente)
Programação Visual
RADIOGRÁFICO
Divulgação Digital
RAFAEL MEDEIROS
Making Off e Teasers Blog
VALENTINA HOMEM
Marketing Cultural
GHEU TIBÉRIO E TAMIRES NASCIMENTO (Assistente)
Circuito Fechado de Segurança
SECURU
Multimídia
ALL BUSINESS
Contra Regra
LUCIANO GUIRELLI
Operação de Luz
TÁBATA MARTINS
Dramaturgia
CHRISTIANE JATAHY
Sistemas Dramatúrgicos
JOSE SANCHIS SINISTERRA
Criação Material Dramatúrgico
BRANCA MESSINA
CRISTINA AMADEO
MARJORIE ESTIANO
DANIELA FORTES
EDUARDO MOSCOVIS
FELIPE ABIB
LEONARDO NETTO
PAULO DANTAS
RICARDO SANTOS
STELLA RABELLO
THEREZA PIFFER
PEDRO BRICIO
CHRISTIANE JATAHY
Elenco
BRANCA MESSINA
CRISTINA AMADEO
DANIELA FORTES
EDUARDO MOSCOVIS
FELIPE ABIB
LEONARDO NETTO
PAULO DANTAS
RICARDO SANTOS
STELLA RABELLO
THEREZA PIFFER
A Vida Como Ela Parece
Saiu oficialmente na BRAVO! a ótima crítica de Manoela Sawitzki para o espetáculo Corte Seco. Confiram abaixo na íntegra!
Ao entrar na sala de espetáculos tem-se a impressão de encontrar algo inacabado. Dez atores transitam como que sem intenção pré-estabelecida, e alguns acenam para amigos enquanto o público se acomoda. Na lateral direita, uma mesa abriga a diretora carioca Christiane Jatahy e sua equipe técnica. Não há divisórias. Num ambiente de paredes e portas descobertas, objetos de cena empilhados, tudo está à mostra: pode (e deve) ser visto. Assim começa Corte Seco, peça da Cia Vértice de Teatro em cartaz no teatro Sérgio Porto, no Rio de Janeiro. Com ela, a Cia Vértice fecha a trilogia iniciada com Conjugado (2004) e A Falta que nos Move (2005).
O descortinamento da construção cênica e a aparente eliminação de fronteiras entre ator e personagem, situação dramática e acontecimento real, compõem um ardil permanente. O texto apresenta uma sucessão de eventos cotidianos: enfrentamentos entre casais, pais e filhos, tabus sexuais, traumas, romances e acidentes dividem espaço com quiproquós típicos do universo teatral.
Às vezes é realmente difícil entender quem é quem. Vale, no entanto, o que disse o cineasta Robert Altman (referência forte do espetáculo), sobre a confusão gerada pela dificuldade de identificar os personagens em alguns de seus filmes: “É assim que a vida se parece”. Os eventos acabam sob a navalha de cortes abruptos comandados ao vivo pela diretora. É ela quem determina, a cada espetáculo, novos cortes e diferentes ordens das cenas.
Cadeiras representam dimensões simbólicas, atribuindo funções a quem as ocupa. Fronteiras traçadas no chão pelos atores logo se convertem num emaranhado que dialoga com a narrativa. Monitores afixados em estruturas móveis revelam imagens de outros espaços do prédio, captadas por câmeras de vigilância. Tudo acontece em tempo real e faz refletir sobre a realidade em nosso tempo. A boa notícia é que o uso do vídeo não soa gratuito. Esse sistema se harmoniza com o que se passa no palco e reserva algumas boas surpresas fora dele.
Em alguns momentos as fórmulas correm o risco de se desgastar pelo excesso, mas o excesso é incorporado como linguagem. Do mesmo modo, as mudanças frequentes de registro e a tal secura do corte podem confundir a ponto de perder densidade dramática. Mas a proposta talvez seja justamente essa: uma narrativa retalhada que se converte em breves focos de conflito. Na narrativa da vida, o que interessa é o instante. Quem é quem já não importa tanto: estamos diante de um espelho estilhaçado.
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Manoela Sawitzki é jornalista e escritora, autora de "Suíte Dama da Noite", entre outros.
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