sexta-feira, 30 de julho de 2010

Nó de Cachorro estreia no Teatro Bibi Ferreira (São Paulo, SP)


Nó-de-cachorro

peça une A Mandrágora e Memórias de Um Sargento de Milícias

O espetáculo Nó-de-Cachorro estreia dia 6 de agosto, sexta-feira, no Teatro Bibi Ferreira, às 21h30, com direção de Beto Bellini. O texto, assinado por Ivan Jaf, nasceu da idéia original de Nelson Xavier em unir a peça A Mandrágora, de Nicolau Maquiavel (Florença, 1469-1527) ao romance Memórias de Um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida (Rio de Janeiro, 1831-1861). Xavier não está presente somente na origem do montagem, ele também faz a supervisão de direção da comédia.

Nó-de-Cachorro, uma comédia de situação, conta a história de Leonardo Pataca, personagem principal de Memórias de Um Sargento de Milícias, que se passa por médico para resolver o problema de fertilidade do casal Ambrósio e Rosa, com o intuito de conquistar sua amada Rosa. Envolvendo o seu melhor amigo Tomás numa trama hilariante, Leonardo nos faz acompanhar as malandragens e suas conseqüências na formação do que chamamos “jeitinho brasileiro” de ser, remetendo ao enredo de A Mandrágora, onde esta sua aventura está inserida. Com um final surpreendente, a peça transita na época da chegada da corte portuguesa ao Brasil.

“Sempre achei excelente a ideia de Nelson Xavier em misturar A Mandrágora com Memórias de Um Sargento de Milícias, mas só depois de realmente começar a fazer isso descobri o quanto as duas histórias se encaixam”, comenta o autor Ivan Jaf. “As duas obras têm como protagonistas anti-heróis malandros que não respeitam o bem alheio nem a moral dominante e que, apesar disso, acabam por realizar seus desejos e escapar das autoridades. Isso coloca os dois textos como clássicos do gênero picaresco, embora surgidos em épocas e espaços tão distintos quanto a Itália renascentista e o Brasil do começo do século XIX”. Completa.

O livro Memórias de Um Sargento de Milícias apresenta uma sequencia de aventuras do jovem Leonardo Pataca pelas ruas do Rio de Janeiro, na época de D. João VI. A Mandrágora conta a história de Calímaco, que conhece e passa a desejar furiosamente Lucrécia, a jovem e linda esposa de um nobre, que não consegue ter filhos. Para conquistá-la, com a ajuda de um amigo trapaceiro e um padre sem escrúpulos, Calímaco finge ser médico e prescreve uma planta afrodisíaca para que Lucrécia engravide: mandrágora.

Ivan Jaf explica que “unindo as duas histórias numa só, a trama de A Mandrágora se transforma em mais uma das aventuras burlescas do anti-herói de Manuel Antônio de Almeida”. A história se passa, portanto, nos primeiros anos da Corte Portuguesa no Brasil, momento fundamental na formação do caráter do povo brasileiro. O enredo e a estrutura dramática são da obra de Maquiavel e as características do romance brasileiro estão na composição das personagens. Para o diretor Beto Bellini “o público vai observar por um ângulo cômico a conseqüência de uma colonização predatória; depois disto vem o divertimento, mesmo sendo o riso instrumento para nos fazer refletir”.

No texto de Maquiavel os personagens principais são Calímaco, o jovem sedutor; Nícia, o nobre; Lucrécia, esposa de Nícia; Ligúrio, o amigo trapaceiro de Calímaco; frei Timóteo; e Sóstrata, mãe de Lucrécia. Na peça Nó-de-cachorro Calímaco é Leonardo; Nícia é o Barão Ambrósio; Lucrécia é Rosa; Ligúrio é Tomás da Sé; frei Timóteo é frei Pimenta; e Sóstrata é Maria Regalada. E a mandrágora é o nosso nó-de-cachorro (planta afrodisíaca e estimulante, nativa das regiões de cerrado e pântano).

O autor, portanto, afirma que a peça e o livro não coincidem apenas no conteúdo satírico, picaresco, anticlerical, mas também nos personagens. O rico e arrogante Nícia de Maquiavel é personagem perfeito para ser associado a um nobre português chegando ao Brasil junto com D. João, em 1808. Calímaco é o próprio Leonardo, malandro voltado para os sentidos, o desejo. Ligúrio é um Tomás da Sé, trapaceiro, intrigante, preocupado com a ascensão social. Lucrécia é o retrato de uma reclusa esposa da época, temente a Deus. Sóstrata e Maria Regalada são matronas pragmáticas, aprenderam a conduzir e usar os homens. O frei Timóteo do Maquiavel é uma encarnação de todos os padres de moral duvidosa que aparecem no livro de Manuel Antônio de Almeida.

A encenação de Beto Bellini busca quebrar a rigidez do tradicional ao inserir elementos do pós-moderno à cenografia e ao figurino. O diretor explica que Nó-de-cachorro é uma comédia de costumes, mas com alusões à comédia dell’arte com pequenas passagens musicais. “Buscamos, desta forma, provocar uma maior aproximação com o público, que também não fica estático na cadeira; algumas cenas são realizadas fora do palco”, afirma o diretor.

Espetáculo: Nó-de-cachorro

Texto: Ivan Jaf

Direção: Beto Bellini

Ideia original e supervisão de direção: Nelson Xavier

Elenco: Marauê Carneiro (Tomás da Sé), Henrique Mello (Leonardo Pataca), Heitor Saraiva (Barão Ambrósio), Marba Goicochea (Rosa), Marcelo Jacob (Frei Pimenta) e Débora Graça (Maria Regalada).

Cenografia: Heron Medeiros

Direção de arte e figurino: Melissa Andrade

Coordenação de produção: Erika Barbosa

Produtora executiva: Giisa Guttervil

Ass. de produção e direção: Patricia Natally

Ass. de direção: Samira Lochter

Visagismo: Rafael Mendes

Programação visual: Danilo Amaral

Estréia: 6 de agosto – sexta-feira – às 21h30

Teatro Bibi Ferreira – Av. Brigadeiro Luís Antônio 931 – Bela Vista – Tel. 3104 1217

Temporada: sextas e sábados (21h30) e domingos (20 horas) – Até 29/08/10

Ingressos: R$ 40,00 (sexta e domingo) e R$ 50,00 (sábado)

Duração: 90 minutos - Gênero: Comédia – Classificação etária: 14 anos

Bilheteria: das 14h30 até o início da sessão, durante os dias de apresentação - Não aceita cheque Aceita cartões Visa (débito) e MásterCard (débito/crédito) – Capacidade: 305 lugares

Não faz reservas - Ingressos antecipados: 4003-1212 http://www.ingressorapido.com.br/ .

Ar condicionado - Acesso universal - Estacionamento conveniado: R$ 10,00.

Ivan Jaf - autor

O autor Ivan Jaf vem se dedicando ultimamente em transpor para revista em quadrinhos os grandes clássicos da literatura nacional como, O Guarani de José de Alencar, Os Sertões de Euclides da Cunha e Memórias de Um Sargento de Milícias de Manuel Antonio de Almeida, entre outros. Com algumas adaptações para o teatro, inclusive premiadas, Ivan ao lado de Beto Bellini, Nelson Xavier e da produtora Erika Barbosa, forma um núcleo de pesquisa teatral desde 2001, o que gerou trabalhos como Lembrar é Resistir montagem carioca, Projeto Genoma, O Barão de Itararé, Calmaria e ainda para este ano uma adaptação da obra de Pirandello Um Nenhum e Cem Mil.

Beto Bellini – diretor e produtor

Beto Bellini, ator e produtor a mais de vinte anos, inicia sua jornada teatral em Santos, SP, ao lado de Neyde Veneziano, Charles Moeller, Renata Zaneta, João Fonseca, Marco Antonio Rodrigues e Dagoberto Feliz. E agora com Nó de Cachorro, faz sua primeira direção sob a supervisão de Nelson Xavier. Belline atuou em várias produções premiadas, entre elas: A Gaivota, com Walderez de Barros e Elias Andreato, As Malvadas, com a primeira direção da dupla dos musicais Charles Moeller e Cláudio Botelho, Prêmio Sharp de melhor espetáculo musical, Um Passeio no Bosque, prêmio Shell de melhor ator para Emílio Di Biasi e o recente Arquiteto e o Imperador da Assíria, ao lado de Paulo Vilhena.

Nelson Xavier – ideia original e supervisor de direção

Nelson Xavier, conhecido do grande público pelas telenovelas da Globo, tem uma importante participação na história das artes cênicas no Brasil. Figura atuante no cinema, desde a época do Cinema Novo, movimento cinematográfico internacional, e recentemente em cartaz como protagonista em um dos grandes sucessos da nossa história, Chico Xavier, teve importância no teatro, participando da formação do Teatro de Arena ao lado de Zé Renato, Gianfrancesco Guarnieri e outros. Hoje forma, ao lado de Beto Bellini, Ivan Jaf e a produtora Erika Barbosa, um núcleo de pesquisa teatral.

Assessoria de imprensa: ELIANE VERBENA

Tel: (11) 3079-4915 / 9373-0181 – verbena@verbena.com.br

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