cena de Vaca de Nariz Sutil
MARCOS GRINSPUM FERRAZ / São Paulo
Em 19 anos de trajetória, o Parlapatões criou um estilo próprio. Mas isso, segundo o diretor Hugo Possolo, não significa ter uma só cara e, muito menos, trabalhar com uma única linguagem.
Daí o nome da mostra, "Sortidos e Variados", que a companhia apresenta a partir de hoje em sua sede na praça Roosevelt.
São seis espetáculos adultos, um infantil, um cabaré e um festival de peças com duração de um minuto, todos escolhidos na tentativa de traçar um panorama da diversidade do grupo.
"As Nuvens" (2002), que dá a largada, é uma narrativa épica, diz Possolo; "Vaca de Nariz Sutil" (2008), um drama; "U Fabuliô", (1995), uma peça de rua com linguagem popular; e assim por diante.
Todo o repertório, no entanto, "é Parlapatões". O diretor diz ver aspectos em comum nas peças, como "a comunicação direta, o humor com uma visão crítica da sociedade ou o estudo do universo dos palhaços".
Além disso, há um ponto de partida curioso para boa parte da dramaturgia: "A ideia de que o ser humano erra, não percebe e continua errando. E que isso é risível".
Com 33 espetáculos e a participação de mais de 200 atores nos 19 anos, o diretor diz que uma dificuldade, no início, era achar "o ponto de conexão com o público".
O erro, em alguns momentos, foi interagir se colocando acima da plateia. "A gente precisa jogar de igual para igual e, se a pessoa não quer brincar, tem todo direito."
Para além desse diálogo no palco, os Parlapatões criaram uma conversa com a cidade, principalmente após a criação da sede, em 2006.
"Alguns grupos se fecham, mas a gente descobriu que, quanto mais aberto às novas linguagens, à interação com outros grupos e com a cidade, melhor a qualidade do nosso trabalho."
SORTIDOS E VARIADOS
QUANDO: sex. a dom.; até 11/9
ONDE: Espaço Parlapatões (pça. Roosevelt, 158, tel. 0/xx/11/ 3258-4449)
QUANTO: R$ 15 cada espetáculo
INFORMAÇÕES: para horários e classificação, ver em http://www2.uol.com.br/parlapatoes/home/index.html
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