segunda-feira, 4 de julho de 2011
Sappho de Lesbos segue em cartaz no Satyros 2 (São Paulo)
Chevaux-Légers
apresenta
"Sappho de Lesbos"
Sábados,meia noite no Satyros 2. Até dia 30 de julho.
O espetáculo conta os últimos dias de Sappho e o seu romance com sua aluna Atthis que a deixa Com poesias musicadas e danças o espetáculo leva o público a um ambiente onírico e sensorial inundado de erotismo.
Texto: Ivam Cabral e Patricia Aguille.
Direção: Patricia Aguille.
Elenco:
Patricia Aguille / Raissa Peniche / Luiza Pastor / Helena Magon / Renata Admiral /Janaína Ribeiro / Luisa Renaux / Maria Andrade / Tai Martins / Ana Carina Linares / Davi Tostes
Direção - Patricia Aguille
Assistência de Direção - Raissa Peniche
Coreografia e percussão - Davi Tostes
Cenografia - Otávio Azevedo
Figurino - Patricia Aguille e Otávio Azevedo
Iluminação – Luigi Bricoli e Poeta Queiroz
Produção Executiva - Patricia Aguille
Arte - Danilo Amaral
Assessoria de Imprensa - Rafael Ferro.
Classificação: 18 anos. Duração: 90 Minutos
Ingressos:
Platéia comum - R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia);
Hades - R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia) / Olimpo - R$ 100,00 (inteira) e R$ 50,00 (meia) com direito a Hydromel (10 lugares)
R$ 5,00 (Oficineiros dos Satyros e moradores da Praça Roosevelt).
No Espaço de Satyros 2 - Praça Roosevelt, 134.
Tel 3258- 6345.
Uma curiosidade:
Tem algo bem bacana e diferenciado nessa montagem, que é a localização da platéia.
A mesma poderá escolher entre 03 (três) tipos de lugares para assistir ao espetáculo:
TERRA (Platéia comum), HADES (Platéia inferior) e OLIMPO (Platéia superior)
Como o mito se dá nesses três espaços: Terra, Hades e Olimpo, o público poderá escolher por:
TERRA - o público que quiser assistir do lugar comum, a platéia mediana, pagará r$ 30 inteira ou r$ 15 meia.
O HADES, fica localizado em lugares no chão, próximo a encenação, com custo de r$ 10 (meia r$ 5). Para os que quiserem se deliciar com uma visão alta do espetáculo, no mezanino do Satyros II, ou o OLIMPO, o mesmo terá um custo de r$ 100,(meia r$50) com direito a Hydromel
A ENCENAÇÃO
É tempo das Tesmofórias. O ambiente é insólito. Oferecem-se grãos as deusas. As vozes transpiram poesia. Ouve se falar de amor.
A percussão acelera os movimentos. Tudo é feminino. Nas Tesmofórias as mulheres ousavam aventurar-se pelas profundas fendas da terra, habitadas por divindades ctónicas. Nesses rituais orgiáticos celebravam-se sexualidade e fertilidade.
As Tesmofórias eram exclusivamente femininas e celebravam os antigos ritos menstruais e para relembrar o sagrado mistério da semente da terra e de seus próprios corpos. Esta é a Grécia que evocamos em Sappho de Lesbos: uma Grécia arcaica e irracional que foge aos clichês das flautas e vestes brancas. No século VI a. C. quando viveu Sappho, a cultura da ilha de Lesbos era primitiva, tribal e sombria (podemos imaginá-la muito mais parecida a Ásia neste período ou ao norte da África), por isso a percussão e música lírica contrapõe-se para ambientar essa montagem erótica, onírica e ritualística da mítica Sappho de Lesbos, a maior personalidade feminina da antiguidade clássica e a primeira grande poetisa.
Em Lesbos, Sappho dirigia uma escola para jovens gregas da aristocracia. Nesse círculo feminino iniciava-as nas artes da poesia, música, dança e amor. Em toda região da Lídia não havia escola melhor. As mulheres eram ativas, independentes e aptas a formar as novas gerações do Peloponeso. Logo a mulher, que, na Grécia era tida como cidadã de segunda classe – vale lembrar que isso era distinto no círculo de Sappho e suas rivais também poetisas e contemporâneas. Andrômeda dirigia uma escola rival e é para seus braços que vai Atthis, o grande amor de Sappho e grande inspiradora de sua obra e que deixa a heroína sofrendo amargamente. Atthis era sua aluna mais amada e sua despedida é recriada em cena. Atthis hesita, pois ainda ama a mestra, mas deseja superá-la. A juventude e beleza afastam-se de Sappho que se sente traída pela deusa a quem oferecera tantos cânticos e danças: Afrodite.
Sappho não sabe que caminho seguir, até que uma sábia sacerdotisa invoca Perséfone que poderá salvá-la, levando-a para além dos quatro elementos terrestres, para a Eternidade. Nessa Lesbos reinventada, as vozes das mulheres multiplicam-se para dar forma ao desespero e fragilidade que se apoderam de Sappho. O texto é composto dos fragmentos da obra de Sappho encontrados em papiros que envolviam múmias de crocodilos em Elefantina no Egito no sec XIX. A dança também é um importante elemento nessa montagem, afinal a escola de Sappho inspirou a escola da própria Isadora Duncan.
Não poderíamos esquecer desse elemento tão importante; a poesia de Sappho também é dançada com leveza pelas atrizes que dançam com suavidade a coreografia do bailarino Davi Tostes. A peça transcorre-se entre a Terra, o Hades e o Olimpo. A deusa Perséfone habita o Hades e a Terra, a deusa Afrodite, o Olimpo e a Terra. Afinal o Hades é sombrio e profundo. O público tem a chance de conhece-lo dividindo seu espaço com as divindades das fendas da terra.
No Olimpo a visão do espetáculo é perfeita, tudo está em equilíbrio, toma-se Hydromel. É a morada de Zeus. Na Terra o público senta-se onde normalmente se senta no teatro, afinal estamos na terra com os mortais.
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