terça-feira, 30 de novembro de 2010

Emerson Natividade fala de Santa Joana, de Brecht (São Paulo, SP)

Bertolt Brecht

Critica

Santa Joana dos Matadouros

de Bertold Brecht.

Santa Joana dos Matadouros de Bertold Brecht com direção do histórico José Renato, que foi fundador do Teatro Arena e representa à singela e independente história do Teatro Brasileiro. José Renato que é um dos maiores diretores do Teatro, ele, nos traz Brecht de forma especial e interessante. José Renato nos trás um espetáculo musical com várias linguagens e atores com química cênica, linguagem a temporal, e ao mesmo tempo, fiel a época. Santa Joana dos Matadouros é um texto extremamente dramático e poético, traz a problemática da economia universal, no inicio do século XX, focando a cidade de Chicago nos Estados Unidos. Podemos considerar esse texto absolutamente atual, pois o sistema capitalista aponta tais problemáticas. Dentro de uma dialética proposta, mostra a vulnerabilidade do mercado econômico da época, aos olhos da sociedade. Sendo que a cobiça humana, que se apresenta de várias maneiras, principalmente através da vaidade, do orgulho e do egoísmo, põe certas questões sociais em risco. Mostrando que o capital, naquele instante era muito exigido, tanto que quem tinha queria mais, e quem pouco tinha, não tinha nada. Questão levantada naquele instante, que vivemos até os dias de hoje.

À personagem Jack Pierpoint, bem interpretada pelo ator Alexandre Krug, considerado o “rei da carne” em Chicago, busca colecionar lucros, e jogar o prejuízo nas costas de seu invigilante sócio Ambrósio interpretado pelo ator João Ribeiro, que também é assistente de direção, sendo assim, entram em negociação com os Chapéus Negros, pois, ficaram sabendo por amigos que em Nova York a carne sofre terrível queda. Com o desemprego em massa, aparece, a frente do exercito da salvação (Chapéus Negros), Joana, interpretada pela atriz Érika Coracini, sendo que visualizamos o encontro da necessária inocência com a estúpida ganância.

Brecht nos mostra através desta história a necessidade de mudança, do estado e do homem, além de um sistema falido. Um estado não interessado em observar o quanto oprimimos um ao outro. Cada homem pensando apenas em si, e esquecendo o coletivo.

É apresentado um texto elucidativo, que contém dezessete personagens, que buscam resolver seus problemas diante de uma crise que assola a todos. Enredo propício aos dias de hoje.

Vale a pena ser conferido!

Emerson Natividade

Jornalista, Ator, Diretor Teatral e Dramaturgo

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