Bertolt Brecht
Critica
Santa Joana dos Matadouros
de Bertold Brecht.
Santa Joana dos Matadouros de Bertold Brecht com direção do histórico José Renato, que foi fundador do Teatro Arena e representa à singela e independente história do Teatro Brasileiro. José Renato que é um dos maiores diretores do Teatro, ele, nos traz Brecht de forma especial e interessante. José Renato nos trás um espetáculo musical com várias linguagens e atores com química cênica, linguagem a temporal, e ao mesmo tempo, fiel a época. Santa Joana dos Matadouros é um texto extremamente dramático e poético, traz a problemática da economia universal, no inicio do século XX, focando a cidade de Chicago nos Estados Unidos. Podemos considerar esse texto absolutamente atual, pois o sistema capitalista aponta tais problemáticas. Dentro de uma dialética proposta, mostra a vulnerabilidade do mercado econômico da época, aos olhos da sociedade. Sendo que a cobiça humana, que se apresenta de várias maneiras, principalmente através da vaidade, do orgulho e do egoísmo, põe certas questões sociais em risco. Mostrando que o capital, naquele instante era muito exigido, tanto que quem tinha queria mais, e quem pouco tinha, não tinha nada. Questão levantada naquele instante, que vivemos até os dias de hoje.
À personagem Jack Pierpoint, bem interpretada pelo ator Alexandre Krug, considerado o “rei da carne” em Chicago, busca colecionar lucros, e jogar o prejuízo nas costas de seu invigilante sócio Ambrósio interpretado pelo ator João Ribeiro, que também é assistente de direção, sendo assim, entram em negociação com os Chapéus Negros, pois, ficaram sabendo por amigos que em Nova York a carne sofre terrível queda. Com o desemprego em massa, aparece, a frente do exercito da salvação (Chapéus Negros), Joana, interpretada pela atriz Érika Coracini, sendo que visualizamos o encontro da necessária inocência com a estúpida ganância.
Brecht nos mostra através desta história a necessidade de mudança, do estado e do homem, além de um sistema falido. Um estado não interessado em observar o quanto oprimimos um ao outro. Cada homem pensando apenas em si, e esquecendo o coletivo.
É apresentado um texto elucidativo, que contém dezessete personagens, que buscam resolver seus problemas diante de uma crise que assola a todos. Enredo propício aos dias de hoje.
Vale a pena ser conferido!
Emerson Natividade
Jornalista, Ator, Diretor Teatral e Dramaturgo
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