AE - Agência Estado
Foi um Prêmio Shell de primeiras vezes o de anteontem à noite, no Rio. Aos 26 anos e aparelho ortodôntico a estampar o sorriso, o autor de "Savana Glacial", Jô Bilac, ganhou a tradicional láurea do teatro brasileiro. É sua sexta peça. Mariana Lima, atriz há 22 anos, levou para as filhas também o primeiro troféu da carreira, por "Ptedorátilos". O espetáculo rendeu uma igualmente inédita concha dourada a Marco Nanini. O ator, que coleciona indicações (e outros prêmios), concorrera já na primeira edição do Shell, há 23 anos, com "O Mistério de Irma Vap". Mas só agora venceu.
"O teatro precisa disso", disse Nanini, enaltecendo a longevidade do prêmio, que destaca separadamente os melhores das temporadas do Rio e de São Paulo. Ao fim, depois de aplaudir de pé, como todos os presentes, a homenagem a Nathalia Timberg, relativizou: "Dá um prazer grande, mas a pessoa passa. Fica é a entidade do ator".
Mariana era o rosto exultante da noite. "Já estava vacinada, porque da última vez era favorita, cheguei achando que ia arrebentar, e não ganhei". "Pterodátilos" venceu também na categoria cenário, pelo palco móvel de Daniela Thomas, instável como os personagens em cena.
Jô Bilac, que correu para o abraço do seu Grupo Físico de Teatro ao ter o nome anunciado, dava gargalhadas de felicidade. "É surpreendente ganhar um prêmio com cinco anos de carreira, e numa festa com tanta gente experiente. Achava que seria o Newton Moreno, sou fã dele."
Moreno concorria com "Maria do Caritó", peça com mais indicações (seis das nove), e que deu a João Fonseca o Shell de diretor. Querido no meio teatral, foi o mais aplaudido da cerimônia. Isso sem contar Nathalia Timberg, de 81 anos, ovacionada ao falar de sua "arte teimosa que não morre". "Toda a minha vida eu vivi no palco, de e para o teatro. A esta altura, o meu duplo já se fundiu." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Confira a lista de vencedores:
Ator - Marco Nanini, por "Pterodátilos";
Atriz - Mariana Lima, por "Pterodátilos";
Direção - João Fonseca, por "Maria do Caritó";
Autor - Jô Bilac, por "Savana Glacial";
Iluminação - Tomás Ribas, por "Rock Antygona";
Figurino - Marcelo Pies, por "Hair";
Cenário - Daniela Thomas, por "Pterodátilos";
Música - Marcelo Alonso Neves, por "As Conchambranças de Quaderna";
Categoria especial - André Curti e Artur Ribeiro pela singular linguagem corporal aplicada no espetáculo "Fragmentos do Desejo";
Homenagem - Nathalia Timberg pela magnitude de sua carreira teatral.
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