sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Duas peças com Roberto Bomtempo, no RJ

VITRINE DE RELAÇÕES HUMANAS


"ESPIA UMA MULHER QUE SE MATA"



Após duas temporadas bem-sucedidas no ano passado e uma indicação ao Prêmio Shell, Espia uma mulher que se mata estreia 13 de janeiro no Teatro Leblon

Clássicos nunca morrem. Datados ou não, podem ser repaginados ou reinventados. "Espia uma mulher que se mata" é uma releitura de Tio Vânia, de Anton Tchekhov, que disseca – com crueza – conflitos e dramas de uma família. Sem trilha sonora ou movimentos de luz, com cenário e figurino minimalistas, o foco se dá na atuação dos intérpretes e no texto, de Daniel Veronese – importante dramaturgo e diretor argentino. Protagonizado por Roberto Bomtempo e Miriam Freeland, o espetáculo cumpre nova temporada a partir do dia 13 de janeiro, na Sala Tônia Carrero (Teatro Leblon).

A versão brasileira de “Espia uma mulher que se mata” busca fidelidade à concepção de Veronese, proporcionando ao público um intercâmbio cultural entre o teatro argentino e o brasileiro. Prova disso é a escolha do diretor do espetáculo: o argentino Marcelo Subiotto atuou na montagem original de Veronese e seu nome foi sugerido pelo próprio dramaturgo, com quem Subiotto já trabalha há dez anos.


Tchekhov e Veronese

A releitura contemporânea de Tio Vânia de Tchekhov traz diálogos e atores em primeiro plano, retratando o cotidiano de uma família. Daniel Veronese foca sua visão nos dramas e relações familiares, onde a intimidade provoca faíscas, desnuda relações humanas, aprofundando ainda mais as questões sempre atuais propostas pelo texto de Tchekhov.

O espetáculo, além acrescentar ao cenário nacional a montagem de um clássico, reafirma o valor da obra e evidencia a atualidade do texto do dramaturgo russo. No Brasil, teve uma indicação ao Prêmio Shell – Categoria Especial para a Cia. Movimento Carioca de Teatro – pelo projeto de montagem e sua importância para o intercâmbio cultural com o teatro latino-americano.

Conciso, visceral e intimista, “Espia uma mulher que se mata” se torna essencial no teatro contemporâneo, pois dialoga e propõe questões de linguagem na relação ator-texto-encenação - exigindo do ator e do texto, uma aproximação mastigada, íntima, absorvida.


Voyers da alma

Ao longo da trama, o público vai descobrindo as nuances de cada personagem, que têm as mesmas características dos criados por Tchekhov: Vânia é um quarentão solteiro que mora no campo com a mãe, a sobrinha Sônia e a madrinha de Sônia. Anos após a morte de sua irmã, o ex-cunhado (Serebriakov), pai de Sônia, entra em falência financeira e sai da cidade para viver com a família já estruturada no campo.

A chegada do ex-cunhado com a atual esposa muda a rotina da casa: Serebriakov está doente e um médico também entra em cena para tratar o reumatismo do enfermo. Os desentendimentos entre os membros da família começam e fazem Vânia perceber que desperdiçou anos de sua vida cuidando da casa e da família. Parte elementar do cenário, uma janela permite que outros personagens espiem – eventualmente – o que acontece na cena.

É esse ambiente de convivência de diferentes pessoas, com comportamentos e sentimentos tão peculiares que dá o tom ao texto que, por Tchekhov, era definido como comédia. Observações pessoais, fragmentos de outras peças de Tchekhov e um trecho do dramaturgo francês Jean Genet adaptam a obra e a temperam a la Veronese.


SERVIÇO –

ESPIA UMA MULHER QUE SE MATA
Sinopse: Uma releitura contemporânea do clássico “Tio Vânia”, de Anton Tchekhov, com foco nas relações humanas e no limite de suas consequências.

Dramaturgia e Direção da versão original: Daniel Veronese
Direção: Marcelo Subiotto
Elenco: Roberto Bomtempo, Miriam Freeland, João Vitti, Marco Miranda, Regina Sampaio, Symone Strobel e Valéria Alencar.
Temporada: 13 de janeiro a 11 de fevereiro de 2010 Quarta e Quinta às 21hs
Teatro Leblon – Sala Tônia Carrero Rua Conde Bernadotte, 26 – Leblon. Tel: 2529-7700
Capacidade: 201 lugares
Duração: 80 minutos
Ingressos: R$ 50,00 inteira; R$ 25,00 estudantes, classe artística e maiores de 60 anos
Classificação: 14 anos
Gênero: Comédia dramática

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RAUL FORA DA LEI – A HISTÓRIA DE RAUL SEIXAS



RAUL FORA DA LEI – A HISTÓRIA DE RAUL SEIXAS
Há dez anos em cartaz, espetáculo volta à cena.
Teatro Leblon, a partir de 12 de janeiro

Raul por Raul. Com textos extraídos da obra do cantor e compositor, “Raul fora da lei – a história de Raul Seixas” retorna aos palcos cariocas no dia 12 de janeiro (terça-feira) às 21h na Sala Tônia Carrero (Teatro Leblon). Vinte anos após a morte do mito do rock brasileiro, ele ainda se mantém vivo na memória das pessoas.

Prova disso é o sucesso que faz o espetáculo em que Roberto Bomtempo dá vida ao ídolo de muitas gerações em um monólogo musicado, com a azeitada participação da banda M-743 tocando ao vivo, sob direção musical de Igor Eça.

Assistido por mais de 200 mil pessoas ao longo de dez anos em cartaz, o espetáculo, com roteiro de Luiz Arthur Nunes, Roberto Bomtempo e José Joffily – que também assina a direção, já percorreu as cidades do Rio de Janeiro (capital e interior), São Paulo (capital e interior), Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Maceió, Feira de Santana (BA), Santa Maria (RS), Campo Grande (MS) e Florianópolis. No cenário carioca, o espetáculo já passou por importantes casas como Canecão (por duas vezes com público de quase 2 mil pessoas) e Teatro Rival (duas temporadas).


Raul por Roberto


“Sempre fui muito fã do Raul. Tive acesso a fitas com toda a obra dele em 1990 no interior de Santa Catarina quando gravava minha primeira novela. Como viajei todo o Brasil por conta desse trabalho, ouvi todo o repertório. Raul é um gênio. Em 1998, decidi fazer um monólogo. A obra de Raul veio naturalmente.

Comecei a pesquisar, fiz o roteiro e chamei o José Joffily para dirigir. Em 2000 estreei. Já viajei o Brasil inúmeras vezes por conta da peça. Minha carreira teatral é marcada por esse espetáculo que me acompanha por dez anos”, conta Roberto Bomtempo, que lembra que até hoje ainda o chamam de Raul nas ruas.

A escolha por textos do próprio cantor é, segundo Bomtempo, uma forma de mostrar como o ídolo realmente era: “Não tem nenhuma palavra no espetáculo que não seja dele. Por isso é tão forte e é tão Raul Seixas. Quero passar para o público o que ele pensou, o que ele falou. É Raul na essência”, exclama o ator.

BAÚ DO RAUL
Para entrar de verdade no universo do maluco-beleza-fora-da-lei, Roberto Bomtempo contou com a memória do próprio “Raulzito”, que deixou um farto material de pesquisa – como fitas, escritos, fotos e composições – guardados no famoso baú.

É com esse retrato que Bomtempo realizou um antigo sonho: mostrar a vida e a obra do mito, contando e cantando sua relação com o sucesso, as mulheres, a espiritualidade, os anseios e as frustrações.

“O Raul tinha a mania de registrar tudo que fazia para deixar um material para a posterioridade. Quando comecei a pesquisa, havia até mesmo auto-entrevistas. Ele fazia várias vozes se entrevistando”, revela Bomtempo.

Com histórias e canções do mito, os seus fãs certamente vão matar as saudades do ídolo e mesmo aqueles que conhecem apenas as músicas mais famosas (como "Gita", "Cowboy Fora-da-Lei", “Maluco Beleza”, entre outras) são tocados pela vida repleta de altos e baixos de Raul.



SERVIÇO

RAUL FORA DA LEI - A HISTÓRIA DE RAUL SEIXAS

Sinopse: Monólogo musicado. Ao lado da banda M-743 (ao vivo), Bomtempo encarna Raul e relembra sucessos do cantor e compositor.
Textos: Raul Seixas
Roteiro: Luiz Arthur Nunes, Roberto Bomtempo e José Joffily
Direção: José Joffily
Com: Roberto Bomtempo e banda M743
Temporada: 12 de janeiro a 23 de março de 2010. Terça às 21h
Teatro Leblon – Sala Tônia Carrero Rua Conde de Bernadotte, 26 – Leblon. Tel: 2529-7700
Capacidade: 201 lugares
Duração: 80 minutos
Ingressos: R$ 40,00 inteira; R$ 20,00 estudantes, classe artística e maiores de 60 anos
Classificação: 14 anos
Gênero: Monólogo musicado

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