quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Grupos / CAIXA PRETA (Porto Alegre, RS)

O que tem feito Grupo Caixa Preta (de Porto Alegre)

"Hamlet Sincrético"


11/12/2009
Grupo Caixa-Preta realiza o IV Encontro de Arte de Matriz Africana em Porto Alegre (como foi)

Ocorre, de 14 a 20 de dezembro (de 2009), o IV Encontro de Arte de Matriz Africana realizado pelo Caixa-Preta, desde 2006, visando promover uma aproximação entre as diversas modalidades artísticas de matriz africana, de teatro, dança, artes plásticas e cinema do Rio Grande do Sul e do Brasil.

O evento possibilita a troca de experiências, pesquisas estéticas e conhecimentos ocupando espaços tradicionais dedicados às artes cênicas. É uma celebração à diversidade e à brasilidade, marcada pela afirmação das múltiplas identidades populares. As atividades ocorrerão no Teatro de Arena, no Teatro Renascença e na Sala Álvaro Moreyra, entre outros espaços de Porto Alegre A cada ano, é eleito um eixo temático.

Na primeira edição, a aproximação dos grupos; na segunda, a noção de quilombos culturais, por meio dos espaços dos realizadores, e para esta edição o eixo escolhido é o teatro e a dança negros e suas linguagens contemporâneas. Segundo Jessé Oliveira, o objetivo do encontro é “criar uma rede solidária entre estes agentes propiciando o debate sobre uma política cultural que garanta a continuidade e o aperfeiçoamento das ações realizadas pelos grupos de teatro e dança negros e sua sobrevivência”.

Durante sete dias, o Caixa-Preta, em conjunto com a Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre e outros colaboradores, promoverá apresentações de espetáculos, leituras dramáticas, mostras fotográficas, oficinas e debates sobre a produção artística negra, favorecendo a discussão sobre a arte de matriz africana e estabelecendo parâmetros estéticos com vistas a propor novos modelos. Todas as atividades terão entrada franca.

A quarta edição trará novidades, entre elas o espetáculo “Ensaio Sobre Carolina”, do Grupo Os Crespos, formado por Gal Quaresma, Lucelia Sergio e Sidney Santiago e o “Espetáculo”, de Luiz de Abreu (“Samba do Crioulo Doido”), além de Júlio Moracen (Cuba), Toni Edson (Florianópolis) e Evani Tavares (Salvador) e Hilton Cobra (Rio de Janeiro).

Também haverá a estréia do mais recente espetáculo do Caixa-Preta, “Estudo sobre O Osso de Mor Lam”, a partir do texto "O Ossso de Mor Lam", do senegalês Birago Diop, sob direção de Jessé Oliveira, sendo a primeira incursão do grupo à dramaturgia africana. Depois do impacto de obras como “Hamlet Sincrético” e “Antígona Br”, o Grupo investe numa linguagem despojada, abusando da convenção teatral como recurso cênico.

O IV Encontro de Arte de Matriz Africana destacará, ainda, o espetáculo de dança “Chão”, da companhia Xirê – Jogo de Dança, com o bailarino Robson Duarte, e “Madrugada, Me Proteja”, ambas com direção de Jessé Oliveira. A realização de espetáculos, oficinas, debates e painéis referentes ao teatro, à dança e à performance objetiva estabelecer uma verdadeira troca de experiências e saberes acumulados ao longo das carreiras de cada núcleo cultural.

Programação:

Espetáculos de outros Estados: - Ensaio sobre Carolina – Os Crespos (São Paulo) - Espetáculo – Luiz de Abreu (Salvador) - Afrocanto, afrocontos (Florianópolis) Espetáculos locais: - Estudo Sobre O Osso de Mor Lam (Caixa-Preta) - Chão (Xirê Teatro e Dança) - Madrugada, Me Proteja (Caixa-Preta) - Estandarte do Samba – música - Canto de Cravo e Rosa (Bando de Brincantes) teatro infantil Oficinas: Oficina - A Capoeira de Angola no Treinamento do Ator - Evani Tavares (Salvador) Afro contos - Toni Edson (Florianópolis) - Oficina Caixa-Preta de Música, com Luiz André da Silva (Porto Alegre)

Debate: A performance negra e teatralidade contemporânea Julio Moracen – ator diretor e professor (Cuba) Jose Fernando Azevedo - São Paulo diretor e professor Evani Tavares - atriz e pesquisadora – (Salvador) O artista negro e sua formação – o contexto educacional Toni Edson – ator, diretor e professor Luiz de Abreu ( Salvador) bailarino e coreógrafo Jessé Oliveira - Diretor e iluminador Leandro Machado (Porto Alegre) e Grace Patterson

Outras atrações: Feijoada Preta - dia 20 de dezembro, 12h A tradicional feijoada será preparada pelo gourmet Dagoberto Lucas Barreto e irá ocorrer no saguão do Centro Municipal de Cultura (Avenida Erico Veríssimo, 307).

Participação especial da banda General Groove.

Festa do Embaraço - Dia 18 de dezembro, sexta-feira, 23h

Extraordinariamente inovadora, a Festa do Embaraço traz performaces com atores do grupo CAIXA-PRETA, shows com artistas convidados, além de muita Black Music. O grupo busca, desta forma, valorizar aqueles cantores negros que fazem e fizeram parte da história da música nacional e internacional.

Em sua VI Edição, a Festa do Embaraço chega agitando o coração da Cidade Baixa, no Mr. Dam - PUBlic Ambient (José do Patrocínio, 824), ao som de DJ Fausto e banda B&B, além de muitas surpresas reveladas pelos atores do grupo. Ponto de Encontro - com DJ Guto (Africanamente) – Saguão do Centro Municipal de Cultura - Avenida Erico Veríssimo, 307

Informações sobre grupos visitantes Ensaio sobre Carolina – Os Crespos (São Paulo) A Companhia Os Crespos é uma das mais importantes de São Paulo, entre seus componentes estão Sidnei Santiago, que atuou na novela Caminho das Índias, como o jovem com distúrbio mental, e por Gal Quaresma, ex-integrante do Bando Olodum e da Uzyna Uzona, no espetáculo Os Sertões. Baseado em Quarto de Despejo, Diário de Uma Favelada, diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus (1914-1977), flerta com a performance num espetáculo moderno e vigoroso. Em 2007 o grupo excursionou pela Alemanha, participou do Festival Theaterformer e uma curta temporada no Teatro Volksbühne, em Berlim. No mesmo ano a companhia estreou Ensaio sobre Carolina, com a direção de José Fernando de Azevedo (professor da Escola de Artes Dramáticas da USP, dramaturgo e diretor integrante do Teatro de Narradores, em São Paulo).

Espetáculo – Luiz de Abreu (São Paulo/ Salvador) De Luiz de Abreu, um dos mais destacados e polêmicos bailarinos do País. Esteve no Porto Alegre em Cena com o badalado e discutido “Samba do Crioulo Doido”, que circulou por todo Brasil, além de visitar América do Norte e Europa. Realizador ligado à pesquisa formal que dialoga com a questão racial, por meio de uma estética vigorosa e provocativa.

Estudo sobre O Osso de Mor Lam – Caixa-Preta (Porto Alegre) O mais recente espetáculo do Caixa-Preta, que pela primeira vez encena texto de autor africano, o senegalês Birago Diop, que já foi realizado por Peter Brook, em 1979. O Grupo investe, cada vez mais, em uma linguagem corporal acentuada e em signos culturais de forte apelo visual. Chão – Xirê – Jogo de Dança (Porto Alegre) O já experimentado espetáculo transita por elementos da cultura religiosa afro-brasileira e, ao mesmo tempo, flerta com o que há de contemporâneo na dança. Participou de eventos ligados à dança como Dança Alegre Alegrete e Mostra SESC, Diálogos da Dança, além de ter cumprido roteiro de apresentações em terreiros da Cidade e do Interior do Estado.

Madrugada, Me Proteja – Caixa-Preta (Porto Alegre) Trabalho do Caixa-Preta, com texto de Cuti (Transegun), primeiro solo de Silvio Ramão, um dos integrantes mais destacados do Grupo, indicado ao Açorianos de Melhor Ator Coadjuvante, em 2005, por Hamlet Sincrético.

Assessoria de Imprensa: Silvia Abreu (MTB 8679-4) -

Fone: (51) 92772191 – 84869779 - 08/12/09



(em 2007)

Hamlet Sincrético, inspirado no clássico de William Shakespeare, com o grupo Caixa-Preta, de Porto Alegre, formado por artistas negros – é a atração do sábado, 24 de março, às 21h, e do domingo, 25 de março, às 19h, do Festival Shakespeare - Tradição e Atualidade. mostrando a vasta e rica produção do mais encenado dos dramaturgos, o inglês William Shakespeare (1564-1616).

Dirigida por Jessé Oliveira, Hamlet Sincrético é uma montagem que transita pelo sincretismo cultural e religioso, especialmente nos cultos afro-brasileiros, no catolicismo popular e no pentecostalismo como elementos de negação da identidade, que permeiam toda a trama.

Os personagens são encarnações de tipos ou personagens da mitologia cultural negra, em especial das religiões afro-brasileiras: Hamlet, por ser aquele que busca a justiça, está associado ao orixá Xangô; o Fantasma Hamlet, o pai assassinado, é Oxalá; Gertrudes é uma espécie de eterna rainha do Carnaval e Polônio é um ex-babalorixá que se converteu e virou um pastor evangélico, que nega sua cultura, enquanto que Cláudio é Zé Pelintra por seu caráter amoral.

São usadas referências musicais de matriz africana e alguns personagens possuem uma música-tema para sublinhar suas características e, ao mesmo tempo, criar uma atmosfera simbólica, principalmente por meio de cânticos religiosos.

Em seu primeiro trabalho, Transegun, o grupo Caixa-Preta imprimiu uma marca – um forte acento na questão plástica e musical – e estes elementos são aprofundados em sua segunda montagem, Hamlet Sincrético, que estreou em 20 de maio de 2005.

A montagem recebeu seis indicações ao Prêmio Açorianos de Teatro em 2005: espetáculo, direção (Jessé Oliveira), trilha sonora (Luiz André da Silva), ator coadjuvante (Silvio Ramão), atriz Coadjuvante (Glau Barros) e figurinos (Adriana Rodrigues e Gil Collares). Venceu na categoria trilha sonora, cujo compositor, o maestro Luiz André da Silva, utilizou referências musicais de matriz africana para criar uma atmosfera simbólica, por meio dos cânticos religiosos do batuque, umbanda e seu sincretismo, bem como dos sambas enredos. A peça ainda recebeu o Troféu RBS de Melhor Espetáculo pelo Júri Popular.


O Caixa-Preta surgiu no cenário gaúcho em 2002, tendo em pouco tempo se tornado um dos mais importantes e inquietos grupos do Rio Grande do Sul. Além de Transegun e Hamlet Sincrético, também realizou a leitura dramática de Berço Esplêndido, de Carlos Carvalho, dentro do ciclo de leituras em homenagem ao autor, promovido pelo Solar dos Câmara/Assembléia Legislativa do Estado.


Em 2006, o grupo realizou novas temporadas de Hamlet Sincrético, estreou o monólogo Madrugada, me Proteja, de Cuti, protagonizado por Silvio Ramão e dirigido por Jessé Oliveira, e montou um novo espetáculo baseado em contos africanos. Participou do Encontro de Arte de Matriz Africana.


No último dia 14 de março, o Caixa-Preta conquistou o público uruguaio, ao se apresentar no pátio do histórico prédio do Cabildo (erguido no século 19), para um público de mais de 300 pessoas, dentro da programação do projeto Expresso Porto Alegre.

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