quarta-feira, 24 de março de 2010

Galpão das Artes discute a arte do Teatro / Limoeiro, PE

Diálogo propõe alfabetização estética no teatro


Teatro para ver ou debater? Pensemos em um teatro que se transforma a partir do diálogo com o público, presença fundamental no fenômeno teatral.

É pensando nesse diálogo, que o teatro moderno vem ganhando novas formas de ser contemplado. A contemporaneidade propõe maneiras diversas de alfabetização estética nessa arte que dialoga sempre com o novo e o versátil. Cada vez mais, grupos de teatro buscam em suas ações aproximar o público do produto artístico, cito, encenação teatral. Os espaços para bate-papo pós-espetáculo vêm ganhando outros olhares nas rotinas de apresentações, daí então, percebemos que o teatro do hoje busca a fusão estética dos elementos mais importantes das artes cênicas, PÚBLICO e ATOR.



Os diálogos nos finais das apresentações teatrais servem para estreitar o entendimento do público para com o processo de criação dos artistas envolvidos nos espetáculos, é nesse momento que há de ambas as partes a troca de novas leituras de mundo, buscando assim, contribuições para uma arte que é considerada sempre inacabada, pois o teatro estará em constante transformação.

No último dia dezoito de março, aqui na cidade de Limoeiro, tivemos a grata satisfação de recebermos o espetáculo teatral, “A Farsa da Boa Preguiça”, que mostrou esse novo formato de relações com os espectadores. Através de um intercâmbio de grupos, os Clowns de Shakespeare e o grupo Ser Tão Teatro, provaram com dinamismo e união que é possível sim, lançar novas leituras do fazer teatral nos dias de hoje. Terminado o espetáculo o público foi convidado para dialogar sobre o processo de construção teatral em conjunto dos dois grupos. Esclarecimentos e opiniões uniram-se em um bate-papo produtivo e enriquecedor.



Podemos dizer que essa prática, também vem fazendo a diferença no teatro local, cada vez mais a conversar torna-se rotina antes que atores e diretores fechem as cortinas. Temos como exemplo a última temporada no Recife do espetáculo No Humor, Como Na Guerra..., onde após cada sessão o público lançava novos pontos de vista sobre o produto artístico do Galpão das Artes. Foi por conta dessa prática teatral em nossa cidade que o diretor do espetáculo visitante, Fernando Yamamoto promoveu em sua passagem uma entrevista com membros do Galpão. A pesquisa contempla grupos de todo Nordeste para participar de uma obra teatral a ser publicada.

É pensando em experiências como estas que temos a visão transformadora do teatro a cada dia. Precisamos cada vez mais de espectadores que saibam dialogar com o versátil universo teatral, buscando nesse movimento artístico uma forma de conhecer novas idéias de mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário