terça-feira, 30 de março de 2010

Ariano Suassuna faz conversa informal no Festival de Curitiba (PR)


GUSTAVO FIORATTI

da Folha de S.Paulo, enviado especial a Curitiba

Assim que o dramaturgo Ariano Suassuna, 82, sentou-se à mesa colocada sobre o palco do teatro Positivo, o público, que ocupava menos da metade das 2.400 cadeiras do auditório, mergulhou em um profundo silêncio. Para ouvi-lo bem, certamente, em aula-espetáculo apresentada no último dia do Festival de Teatro de Curitiba, que acabou domingo.

"Aula-espetáculo" foi a definição dada pelo próprio Suassuna. Tinha formato de palestra e uma graça peculiar, inerente à personalidade do autor. "Quando entrei para a Academia Brasileira de Letras, a primeira coisa que me espantou foi a idade [dos imortais], a outra foi a feiura", iniciou ele. Foi a introdução para uma conversa bastante informal, que antecedeu o espetáculo "Farsa da Boa Preguiça", texto seu montado por João das Neves.

Suassuna começou pelas beiradas, ilustrando o propósito da conversa, até chegar à questão central. "Para um artista, a melhor maneira de se tornar universal e atravessar gerações é pintando bem o ser humano de seu tempo", disse. A alusão à pintura faz sentido. Para ele, sua dramaturgia exige elaboração de imagens, "cenário e figurinos poéticos".

O repórter GUSTAVO FIORATTI viaja a convite do Festival de Teatro de Curitiba

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