quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Novelo, dir.: Zé Henrique de Paula, no Teatro Augusta (São Paulo, SP)


Reestreia dia 18 de agosto - Teatro Augusta

NOVELO


Texto inédito de Nanna de Castro

Direção de Zé Henrique de Paula

Com

Alexandre Freitas, Fábio Cadôr, Elvis Shelton, Flavio Baiocchi e Flavio Barollo

Depois da temporada bem-sucedida no Teatro Sérgio Cardoso, a peça “Novelo, Homem é tudo Diferente”, reestreia nesta quarta-feira, dia 18, no Teatro Augusta.

Abordar o universo masculino nas artes cênicas é sempre muito instigante. Pensando assim, o grupo composto por cinco atores: Alexandre Freitas, Fábio Cadôr, Elvis Shelton, Flavio Baiocchi e Flavio Barollo resolveram falar desse mundo no teatro. Com o desejo de cumprir a missão, convidaram uma mulher para escrever sobre ele. Assim, nasceu Novelo, montagem contemplada pelo Edital ProAc 2009 da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo.

“Quando recebi o convite, pensei logo: Não seria melhor um homem para desempenhar essa tarefa? Não teria eu olhos preconceituosos em relação ao mundo masculino? Mas os atores não estavam preocupados com essas questões. Então, resolvi abraçar o desafio e fazer este mergulho no masculino em mim”, conta a autora do texto Nanna de Castro, que se dedicou durante um ano para a realização da empreitada.

Conforme ela, o estilo da narrativa inédita é um desafio também à direção. Os planos de espaço-tempo cruzam-se e os atores saltam entre fatos acontecidos no passado e no presente. “É um exercício de linguagem, um experimento, em que eu uso um pouco do formato do cinema. Honestamente, sei que criei uma provocação, tanto à direção quanto ao elenco e o resultado está maravilhoso”.

A peça aprofunda ao contar a história de cinco irmãos (Maurício, João Pedro, Zeca, Mauro e Cláudio), que se reencontram na sala de espera de um hospital público, após receberem a notícia de que um homem, que pode ser o pai que os abandonou por 20 anos, está internado na UTI.

Este reencontro insólito, depois de tanto tempo, emerge lembranças e sentimentos intensos, desencadeando situações patéticas, questionamentos e discussões. Essas abordagens culminam em resgatar sentimentos dolorosos, envolvendo familiares, os quais muitas vezes apresentam dificuldades para serem tratados com clareza.

Para Zé Henrique (indicado ao Prêmio Shell 2009), o que mais lhe atrai no texto é a possibilidade de fazer um recorte do ‘masculino’. “Cinco homens diferentes, cinco homens possíveis, cinco homens reais. E, por meio deles, tentar entender melhor o imaginário do gênero como um todo”.

Os diálogos são permeados por momentos de humor e poesia, revelando a essência masculina, sua singularidade e complexidades, muitas vezes roteirizadas de forma caricatural, nas artes de forma geral.

É uma peça profunda, comovente e por vezes divertida. Ela apresenta uma visão, envolvendo diversas dimensões do homem contemporâneo, inserindo suas alegrias, conflitos, ambições, coragem, mágoas, medo, frustrações, sonhos e outros estados bastante conhecidos pela humanidade, mesmo sendo de maneira inconsciente.

Além disso, a montagem prima pelo zelo, justificando os seus três anos para a sua concretização. A começar pelo figurino, cuja assinatura leva a marca Mário Queiroz, autor do livro “O Heroi Desmascarado – A imagem do homem na moda” e um dos estilistas, consultor e pesquisador acadêmico mais respeitados da Fashion Week. A locução em off é da atriz Clara Carvalho (Grupo Tapa) e a trilha sonora do espetáculo foi composta originalmente por Fernanda Maia.

Novelo é a segunda peça realizada pela Mamba Produções. O texto está sendo roteirizado por Nanna de Castro e futuramente o filme poderá ser assistido nas telonas em formatos de curta e longametragens. Faz parte das iniciativas da Mamba realizar uma trilogia de linguagens: a peça, o curta e o longa de cada uma de suas produções.

A primeira é “O Pelicano”, de August Strindberg, dirigida por Denise Weinberg, em cartaz no ano passado com o patrocínio da Eletrobrás, a qual voltará aos palcos em outubro de 2010. A peça foi a base para o curtametragem intitulado "O Sangue Pelos Filhos", selecionado para o festival de Estocolmo e está em fase de captação de recursos financeiros para se transformar em um filme de uma hora e meia, em breve. Nos primeiros meses de 2010, a montagem ocupou o ranking das 10 melhores peças de São Paulo, pela Revista Bravo.

Sobre a autora

Nanna de Castro é roteirista, escritora, autora teatral e redatora publicitária. Escreveu as peças “Eu te Darei o Céu”, “Jardim das Delícias”, “Mundus Immundus”, “Vô Doidim e os Velhos Batutas” (dono de nove indicações para o Prêmio Coca-Cola [1999], incluindo a de melhor texto) e “O Menino que Virou História”, com a qual ganhou o prêmio Usiminas.

Em 2005, ganhou um Kikito em Gramado pelo roteiro do filme "Eu Te Darei o Céu". Já o curtametragem “A História Real” lhe rendeu o prêmio Chico Botelho na categoria de melhor roteiro, em 2006. Nesse mesmo gênero, ela acumula prêmio da Jornada Internacional de Cinema da Bahia e classificação no 1º Concurso Nacional do Ministério da Cultura.

Como roteirista de filmes publicitários, Nanna coleciona a medalha de prata no Festival Internacional do México, medalha de bronze da Revista About e Prêmio Colunistas. Nas TVs Globo e Cultura, ela também exerceu a função de roteirista.

Ela é a autora dos livros "Perverso", da editora Massao Ohno, e "Curto-Circuito", publicação independente.
Já atuou como atriz, diretora de teatro e foi assistente de direção de atores para cinema e filmes publicitários.

Sobre o diretor

Zé Henrique de Paula é diretor teatral, ator e cenógrafo. Coleciona a indicação de melhor diretor ao Prêmio Shell 2009, pela versão brasileira do espetáculo da Broadway “Side Man” e pela peça “As Troianas – Vozes da Guerra”. No ano seguinte, na categoria melhor musical nacional, recebeu a indicação para o Prêmio Contigo de Teatro, pela peça “Senhora dos Afogados”, de Nelson Rodrigues. Também com “As Troianas-Vozes da Guerra”, adaptação de Rafael Primot, e “O Endireita”, de Edson Athayde, foi indicado a melhor diretor ao Prêmio Quem 2009.

Para o Prêmio Contigo de Teatro concorreu com “Senhora dos Afogados”, de Nelson Rodrigues, na categoria Melhor Musical Nacional (2008). Para o Prêmio Coca-Cola Femsa de Teatro Infantil e Jovem 2006 recebeu a indicação de melhor diretor pela montagem “R&J”, de Joe Calarco. “Uma Aventura Mágica Contra o Monstro Brigueiro”, de Isser Korik, levou Zé Henrique a concorrer na categoria melhor figurino para o Prêmio Panamco (Coca-Cola) de Teatro 2002.

Como melhor figurino, ele foi premiado no Festivale (S. José dos Campos, 2002), pela peça “É 20! As Folias do Século”, de Jamil Dias, pela montagem “A família Neves”, de Arthur Azevedo, no Circuito Carioca de Esquetes (Rio de Janeiro, 2002) e com “A Comédia dos Erros”, de William Shakespeare, no Festival Nacional de Teatro de Florianópolis (1998).

Ainda faz parte de seu acervo os prêmios de melhor espetáculo e melhor diretor com “Revelação”, de Rafael Primo, no Festival Nacional de Curta Teatro de Sorocaba (2001), melhor espetáculo e melhor figurino com "O Panaca", adaptação da obra 'Le Dindon', de Georges Feydeau, no II Festival Municipal de Teatro Amador de Sorocaba (1993), melhor cenografia e melhor figurino com "Macbeth", de William Shakespeare, no I Festival Municipal de Teatro Amador de Sorocaba (1992) e o título Revelação do Ano com "Macbeth", no XX Festival Nacional de Teatro Amador de Ponta Grossa-PR (1992).

Também dirigiu “Cândida”, de George Bernard Shaw, tendo Bia Seidl no papel-título, “Senhora dos Afogados”, versão musical da tragédia de Nelson Rodrigues, “Mojo”, de Jez Butterworth, ícone da nova dramaturgia britânica, “Judas em Sábado de Aleluia”, de Martins Pena, ambas montadas em uma carroça-palco que rodou diversos estados durante dois anos, somando cerca de 200 apresentações, além de “Noite de Reis”, Shakespeare, “Naked Boys Singing!”, de Bob Schrock, e “O Despertar da Primavera”, de Frank Wedekind. Atualmente também dirige Side Man, com Sandra Coverloni e elenco.

Sobre o elenco

Alexandre Freitas (Maurício). Em 1998, ele foi premiado no “Festival Nacional de Teatro Isnard Azevedo” como melhor ator com a peça “A Comédia dos Erros”, de Shakespeare, em cartaz dois anos em São Paulo. Nos anos de 2002 e 2003 atuou em “As Mentiras que os Homens Contam”, de Luís Fernando Veríssimo, e em 2004 compôs o espetáculo “Os Jogadores”, de Nikolai Gogol, dirigido por Hugo Coelho (SP). Em 2005 fez “Volátil”, com direção e texto de Manoel Candeias, entre outros espetáculos.

Ele atuou em três curtametragens, entre eles “O Não de São Paulo”, direção de Matias Mariani. O ator está nos longas “Não Por Acaso”, dirigido por Philipe Barcinski, e “Inquilinos”, de Sérgio Bianchi. Atualmente atua no seriado “Mothern”, GNT (3ª temporada), e foi finalista da mais importante premiação da TV mundial, o Emmy 2007. Além disso, soma atuações em mais de 200 campanhas publicitárias.

Elvis Shelton (João Pedro) é ator, produtor, apresentador e locutor. Em seu currículo fazem parte as peças “Bodas de Sangue”, de Federico Garcia Lorca, “Zona Contaminada”, de Caio Fernando Abreu, e “As Aventuras de Pardoca”, todas com Direção de Atílio Bellini Vaz. Ainda tem “Pente Fino”, espetáculo realizado dentro do banheiro do Teatro Renaissance, com direção de Roberto Lage, e “De Corpo Presente”, texto e direção de Mara Carvallio.

No cinema atuou nos curtas “Identidade”, com direção de Fernando Meirelles e Nando Olival, e “A Última Partida”, com direção de André Vianco. Em peças publicitárias encenou mais de 80 filmes, como “Parmalat”, “Peugeot”, “Telefônica”, “Tim” e outras. Atualmente pode ser visto em duas séries de programas, pela Internet. Fez parte do elenco do programa “Senta que lá vem comédia”, da TV Cultura, e das novelas “Pícara Sonhadora” e “Amigas e Rivais”. Está no programa Telecurso Tec, veiculados na Rede Globo, TV Cultura e Canal Futura.

Fábio Cadôr (Zeca) é ator e cantor profissional. Em 1991 iniciou-se artisticamente no teatro amador em Santos (SP), onde também estudou dança e técnicas circenses. Sua estréia profissional aconteceu em 1999, quando passou a integrar o elenco do parque temático Hopi Hari no musical Saloon Show. Foi membro do núcleo experimental do teatro popular do SESI e entre as peças em que atuou nos últimos anos merecem destaque: “Miranda”, de Vladimir Capela, (2003), “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá” (2003/07 - vencedora de 2 prêmios APCA e 4 prêmios Coca-Cola) e “A Flauta Mágica”, dirigida por Roberto Lage. Ainda no teatro, é integrante do grupo de comédia “OsCretinos”, desde 2006.

Em 2007 estreou como diretor na montagem da peça “A Noite dos Assassinos” (Teatro Teatrix - SP) e em 2008 encenou em “De Corpo Presente”, texto e direção de Mara Carvallio. Na televisão fez participações na minissérie “Um Só Coração” (TV Globo/2004) e na novela “Revelação” (SBT).

Flavio Baiocchi (Mauro). É ator e cantor profissional. No Rio de Janeiro compôs o elenco de “O tempo e os Conways”, direção de Renato Icarahy, “Hobin Hood”, dirigida por Gaspar Filho, “Galileu Galilei”, de Andre de La Cruz e “Party Time”.

Em São Paulo atuou em “As Fidalgas”, de Edna Ligiere, “Os Esquemas”, dirigido por Antonio Rocco, e “De corpo Presente”, direção de Mara Carvallio. Desde 2009 encena na peça “Advocacia Segundo os Irmãos Marx”, comédia dirigida por João Fonseca, que depois de São Paulo, viaja pelo Brasil. Ele também está em “O Pelicano”, de August Strindberg, com direção de Denise Weinberg. A montagem foi considerada pela revista Bravo como uma das 10 melhores de São Paulo.

Soma várias campanhas publicitárias, vídeos educativos e institucionais. Fez participações nos seriados Globais “Sob nova direção”, “Faça sua historia” e “A Grande família”. No SBT atuou em “Esmeralda”, “Maria Esperança”, “Revelação” e “Vende-se um Véu de Noiva”.

Flavio Barollo (Cláudio). Ator, cantor, apresentador, locutor e diretor, ele Atuou nas peças “Álbum de Família”, “Sete Gatinhos”, “As Fenícias”, “O Ritual dos Sete”, “A Noite dos Assassinos” e “O Pelicano”, de August Strindberg e direção de Denise Weinberg.

No cinema atuou nos longas “O Filme dos Espíritos”, de André Marouço, e “Topografia de um Desnudo”, de Thereza Aguiar (com Lima Duarte, Ney Latorraca, entre outros) e 14 curtas, como o “Zeca e as Pernas”, “João” e “Por Acaso”. Pela sua produtora Mamba assinou a produção dos curtas “Passeio Noturno”, (ainda como ator), “Véio”, (como diretor) e “O Sangue pelos Filhos”, também como ator e diretor. Em musicais, atuou em “Rent”, “Ah...Se eu Fosse Bob Fosse“ e “On Broadway”, direção de Wolf Maya.

Novelo, Homem é Tudo Diferente

Teatro Augusta

Sala Nobre (328 lugares)

Rua Augusta, 943 – Cerqueira César

Telefone: 3151-4141

Bilheteira, de quarta e quinta, das 14h às 21h. Sexta, das 14h às 21h30.

Sábado, das 15h às 21h, e domingo, das 15h às 19h.

Vendas por telefone: 4003-1212 e www.ingressorapido.com.br

Aceita cartão de crédito Mastercard e Dinners Club e débito Redeshop.

Quarta e quinta, às 21h - R$ 30

Duração: 90 minutos

Classificação etária: 12 anos

Gênero: Drama

De 18 de agosto a 16 de setembro
Acesse também o endereço http://www.onovelo.com.br/

Ficha Técnica

Texto: Nanna de Castro

Direção: Zé Henrique de Paula

Elenco: Alexandre Freitas, Fábio Cadôr, Elvis Shelton, Flavio Baiocchi e Flavio Barollo.

Assistência de direção: Alexandra da Matta

Cenografia e figurinos: Zé Henrique de Paula

Preparação de atores: Inês Aranha

Direção musical: Fernanda Maia

Iluminação: Fran Barros

Produção: Edinho Rodrigues e Marisa Medeiros

Produção geral: Mamba Produções

Realização: Mamba Produções

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