Sebastião Milaré
Método de formação teatral de Antunes Filho é analisado em livro
GUSTAVO FIORATTI / COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Poucos conhecem tão bem a obra de Antunes Filho quanto Sebastião Milaré.
Para escrever "Hierofania - O Teatro Segundo Antunes Filho", o autor acompanhou de perto o processo criativo do diretor por 15 anos.
Ele acabou se tornando alguém "da casa", o que lhe possibilitou decifrar detalhes do processo criativo abastecido também pelos jovens atores do CPT.
O foco do livro é justamente o desenvolvimento desse método a partir da estreia de "Macunaíma" (1978), o espetáculo em que o diretor decide romper com uma sólida carreira em suas próprias palavras "comercial".
Nos anos 80, Antunes passa a criar, sob a tutela do Sesc, sempre em sintonia com um projeto educativo e de formação do ator.
Milaré se debruça sobre a técnica corporal e vocal que deu origem a espetáculos antológicos, como "Velha Nova Estória" (1991), "Vereda da Salvação" (1964/1993), "Gilgamesh" (1995) e "Medeia" (2001/2002).
A respiração e o trabalho com a voz despontam como um dos tópicos principais.
O livro não se aprofunda em questões estruturais dos espetáculos, passa apenas pela superfície de conceitos como cenografia, figurino e o coro como opção estética.
"Mas essas questões acabam aparecendo, uma vez que o método de Antunes tem uma forte base em um processo de individuação ideológica e cultural."
HIEROFANIA - O TEATRO SEGUNDO ANTUNES FILHO
AUTOR Sebastião Milaré
EDITORA Edições Sesc-SP
QUANTO R$ 85 (397 págs.)
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