espetáculo do Grupo Caixa Preta, de Porto Alegre
Grupo de atores estréia seu primeiro espetáculo de rua.
Caixa-Preta
apresenta
MÃE CORAGEM
Mantendo sua tradição no uso dos elementos da cultura afro-brasileira, o Grupo Caixa-Preta estreia nova montagem inspirado livremente na obra de Brecht, inova no estilo de encenação e traz a Porto Alegre renomado diretor colombiano
O Grupo Caixa-Preta estréia neste domingo, dia 24 de outubro, seu mais novo trabalho: o espetáculo de rua “Mãe Coragem”, livremente inspirado na obra“Mãe Coragem e seus filhos”, do destacado dramaturgo e encenador alemão Bertolt Brecht (1898-1956). A apresentação, que será a primeira de 16 récitas, será às 11h, no Brique na Redenção, em Porto Alegre. No elenco, estão: Diego Neimar, Gil Colares, Lucila Clemente, Ravena Dutra, Rielle Dutra, Silvia Duarte e Silvio Ramão. A montagem tem a direção cênica do colombiano Javier Moná Lapeira, especialmente convidado para dirigir esta encenação. Esta proposta foi vencedora do I° Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras, iniciativa do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves e Fundação Palmares, instituição vinculada ao Ministério da Cultura, com patrocínio da Petrobras.
Em seu novo trabalho, o Caixa-Preta se lança a novos desafios: trabalha com um novo diretor e investiga um outro espaço de encenação, a rua. A experiência com Javier Moná propiciou a pesquisa e a investigação em outro estilo de interpretação: o do distanciamento crítico, proposto por Brecht, em seu famoso método. “Trabalhei com o método de Brecht, mas mantive a pesquisa baseada nos elementos da cultura afro-brasileira, explica Javier Moná. “Minha principal preocupação foi garantir o espírito brechtiano, que defino como um teatro para quebrar esquemas”.
Neste sentido, tudo começará com a relação com o público, que não será convencional. “É no teatro de rua que nascem as grandes mudanças. Trata-se do grande teste para o ator”, avalia. A concepção brechtiana tem muito a ver com o teatro de rua. “No teatro de rua, a nudez da peça é muito maior que em um espaço convencional. A rua deixa claro que a encenação não pretende criar uma ilusão, mas se propõe a criar uma experiência real”.
“Nosso trabalho está focado em quebrar a possibilidade de ilusão que uma peça de teatro em espaço convencional pode gerar. Por isso, optei pela ruptura da psicologia dos personagens”. Na prática, significa que os atores se revezarão na atuação dos diversos personagens, cada qual oferecendo sua própria maneira de interpretação, a partir de suas experiências e vivências pessoais.
Seguindo o método do distanciamento proposto pelo dramaturgo e encenador alemão, Javier teve uma preocupação especial com o tratamento vocal dos atores. “Em Brecht, o tom da encenação é dado pela voz”, explica ele. “Utilizo a técnica do pregão, o que também remete a uma prática do universo africano. Na prática, os atores criam um sotaque próprio para os personagens e para as diferentes atmosferas propostas. Estamos nos arriscando, mas está na hora de quebrarmos alguns conceitos. O teatro precisa reencontrar sua raiz popular”, diz.
Um dos elementos a serem ressaltado em “Mãe Coragem” é a trilha sonora, que terá a importante função de ligar as cenas e sustentar o universo simbólico proposto pela encenação. Sob a direção musical de Luiz André da Silva (Prêmio Açorianos de Melhor Trilha Sonora 2005), será executada ao vivo, por todos os atores. A matriz africana se fará novamente presente, com sua riqueza de ritmos e timbres. Foram criados dois climas musicais: a música angolana e a música nordestina sublinham os momentos mais alegres e as canções típicas da religiosidade afro-brasileira pontuam as cenas mais fortes, densas e trágicas. “O que o público irá ver é uma visão afro-brasileira e latino americana do teatro épico. É uma descentralização conceitual deste universo. Outro destaque da encenação será o cenário, sobre o qual o grupo ainda mantém segredo
Sobre o diretor
Discípulo de Santiago Garcia, diretor do Teatro da Candelária, na Colômbia, Javier Moná Lapeira é ator, dramaturgo e diretor teatral formado pela Escola Nacional de Arte Dramática de Bogotá, onde “penetrou nas entranhas de Bertolt Brecht”. Apesar desta forte influência, ele não se considera um diretor brechitiano. “Minha base de trabalho é uma arte popular e o teatro deve buscar esta expressão”. Antes de se mudar para Porto Alegre, a convite do Caixa-Preta, ele adaptou e dirigiu “A Boa Alma de Setzuan”, outro texto do dramaturgo alemão; “Antígona”, em que transpõe o mito clássico para o conflito armado na Colômbia, e “La Acabación”, texto de sua autoria baseado no romance “O Outono do Patriarca”, de Gabriel Garcia Marquez .
Sobre o Grupo Caixa-Preta
O Grupo Caixa-Preta surgiu no cenário gaúcho em 2002, comprometido com uma investigação cênica tendo como base a cultura, movimentos e inclusão do artista negro de uma forma diferencial no teatro gaúcho. Logo se tornou um dos mais expressivos grupos de teatro do Rio Grande do Sul. Realizou os espetáculos: “TRANSEGUN”, de Cuti (2003); HAMLET SINCRÉTICO (2005), baseado na obra de William Shakespeare; o monólogo MADRUGADA, ME PROTEJA (2007), de Cuti, protagonizada pelo ator Silvio Ramão; ANTÍGONA BR (2008), vencedor do Prêmio Myriam Muniz, da FUNARTE; O OSSO DE MOR LAM (2010), do autor senegalês Birago Diop, estes realizados sob direção de Jessé Oliveira.
Este ano, o grupo estreia o seu primeiro espetáculo de teatro de rua, “Mãe Coragem”, por meio do Primeiro Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras, e também tendo um novo conceito de trabalho: convidar diretores para processos de criação e não mais ter diretores como integrantes do grupo, se definindo, agora, com um grupo de atores. Em “Mãe Coragem” o diretor convidado é o colombiano Javier Moná Lapeira. O Grupo também realizou o I, II, III e IV ENCONTRO DE ARTE DE MATRIZ AFRICANA, evento para discussão, apreciação da arte afro-brasileira.
O Grupo Caixa-Preta, ao longo de sua trajetória, demonstra ter um trabalho que desperta o interesse, tanto do público em geral, quanto de especialistas, sempre recebendo críticas unânimes e prêmios que atestam sua qualidade. Em 2007, recebeu o prêmio de melhor espetáculo estrangeiro em Montevidéo com espetáculo HAMLET SINCRÉTICO, além de ter realizado apresentações na Capital e Interior do Uruguai e também em Ribeirão Preto, SP, dentro do Festival Shakespeare – Tradição e Contemporaneidade. O Grupo Caixa-Preta almeja, cada vez mais, uma produção refinada em seus espetáculos, tem sua sede no Hospital Psiquiátrico São Pedro que, a despeito de preconceitos, tem se tornado um centro cultural de referência para a cidade de Porto Alegre
As próximas apresentações
As próximas seis apresentações ocorrerão nos seguintes locais: Quilombo dos Alpes 31/10; Quilombo dos Silva (02/11); Bairro Rubem Berta (04/11); Esquina Democrática/ Andradas (12/11); Usina do Gasômetro (14/11) e Quilombo do Areal (20/11).
FICHA TÉCNICA
Mãe Coragem
Livremente inspirado na obra “Mãe Coragem e seus filhos”, de Bertolt Brecht
Dramaturgia
Grupo Caixa-Preta
Elenco
Diego Neimar - Gil Colares - Lucila Clemente - Ravena Dutra - Rielle Dutra
Silvia Duarte - Silvio Ramão
Direção
Javier Moná Lapeira
Direção musical
Luiz André da Silva
Preparação Corporal
Vivian Narvaez
Figurinos e Cenários
O Grupo
Fotos
Kiran Federico León
Assessoria de Imprensa
Silvia Abreu
Patrocinio
Petrobras
Ministério da Cultura
Lei de Incentivo à Cultura
Realização
Cadon – Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves
Fundação Cultural Palmares
Produção
Grupo Caixa-Preta
SERVIÇO
O QUÊ: Estréia de “Mãe Coragem”, com o Grupo Caixa-Preta: Diego Neimar, Gil Colares, Lucila Clemente, Ravena Dutra, Rielle Dutra, Silvia Duarte e Silvio Ramão. Direção: Javier Mona Lapeira
QUANDO? Dia 24 de outubro, domingo, às 11h
ONDE? Brique da Redenção, Porto Alegre
QUANTO? Entrada franca
CONTATOS COM O GRUPO: (51) 93022833 (Silvia) / (51) 91220222 (Silvio)
Assessoria de Imprensa: Silvia Abreu (MTB 8679-4) – 21/10/10
Fones: 51- 9145.5313 / 9277.2191 silviaabreu.comunica@gmail.com
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