sexta-feira, 27 de maio de 2011
Espectros, de Ibsen (crítica: Michel Fernandes, Aplauso Brasil (São Paulo)
Equipe de renomados artistas não garante espetáculo bem-sucedido
Michel Fernandes, do Aplauso Brasil (Michel@aplausobrasil.com )
Elenco de "Espectros"
Nem sempre a junção de artistas de qualidade comprovada em trabalhos anteriores é garantia de bem-sucedida parceria. Esse é o caso da montagem de Espectros que está em cartaz apenas até o dia 19 de junho no Teatro SESC Anchieta (SESC Consolação), cuja encenação fica dividida entre a busca pela contemporaneidade da obra, enxertando palavras que soam atuais, e uma tentativa de aproximação com a época em que o norueguês Henrik Ibsen escreveu o texto (1881), caso dos figurinos de época, por exemplo.
Ibsen adianta a discussão sobre a legibilidade da paternidade e o quanto o poder do capital capacita o mais rico a modificar a realidade dos fatos quando esta lhe é desfavorável que desenvolverá, com maior mérito, em O Pato Selvagem (1884).
A trama gira em torno da família da Senhora Helene Alving (Clara Carvalho) e os desdobramentos das intrigas relacionadas ao passado de seu falecido marido. Seu filho único, Osvald (Flávio Barollo) está de volta a sua casa. Na véspera da inauguração do orfanato que Helene ergueu em suas terras, Jacob (Plínio Soares), pai de Regine (Patrícia Castilho), marceneiro que trabalhou na construção do orfanato, vem pedir que a filha o acompanhe em seu projeto de mudança para a cidade. O Pastor Manders (Nelson Baskerville), gestor dos bens da família Alving, chega à propriedade e reitera o pedido do pai de Regine. Helene conta o segredo que envolve seu passado ao Pastor Manders e, a partir de então, a história toma rumos que buscam surpreender o público.
Eis aí o problema: o grande número de revelações dos segredos familiares acabam por aproximar a trama do folhetim e, neste aspecto, os adaptadores do texto – originalmente (2001), Ingmar Bergman e, para a montagem brasileira, Francisco Medeiros e Tereza Menezes -, não se ocupam em diminuí-los ou suavizá-los, diluindo força e verdade do espetáculo. Os personagens, sobretudo Helene, se ocupam, a todo momento, em explicar as razões que os levam a tomar as atitudes, gerando um afastamento indesejado, pois o cunho da obra é realista. Há um alargamento de conflitos que ofusca a todos.
Clara Carvalho e Flávio Barollo
A iluminação de Wagner Freire é simples e pontua algumas opções interessantes da direção, assinada por Francisco Medeiros,como a aparição como espectros de determinados personagens evocados em diferentes cenas, A cenografia de Márcio Medina e César Rezende Santana também aponta para a simplicidade realista do ambiente em que se passa a peça.
Espectros
Teatro Anchieta – Sesc Consolação (320 lugares)
Rua Dr. Vila Nova, 245.
Tel. 3234.3000
Informações da bilheteria: ingressoSESC. Você pode comprar os ingressos para os eventos do SESCSP em qualquer unidade da Capital, do interior e do litoral do Estado. Consulte a lista de pontos de venda e escolha a que estiver mais perto de você www.sescsp.org.br
Formas de pagamento: Dinheiro e cheque (à vista); cartões: Visa, Visa Electron, Mastercard, Mastercard Electronic, Maestro, Redeshop e Diners Club International (crédito e débito).
Sexta e Sábado às 21h; Domingo às 19h.
Ingressos: R$ 32
R$ 16 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). R$ 8 (trabalhador no comércio e serviço matriculado no SESC e dependentes).
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