segunda-feira, 3 de maio de 2010

“Basílio, o Destemido”, em maio, no Capobianco (São Paulo, SP)


Dirigida por Marcos Loureiro, A comédia “Basílio, o Destemido” estreia dia 1º maio no Instituto Capobianco.

Seguem informações sobre a comédia “Basílio, o Destemido”, que estreia no Instituto Capobianco - Teatro da Memória, no dia 1º de maio, sábado, às 21 horas.

Texto de Marcos Gomes, da Cia dos Dramaturgos, com direção de Marcos Loureiro, a peça conta a história de Basílio, que depois de anos vivendo como super-herói, decide se aposentar e se mudar para um prédio onde irá encarar a tarefa mais difícil de sua vida: ser uma pessoa comum.

A comédia “Basílio, o Destemido”,  em maio no Instituto Capobianco.

Texto de Marcos Gomes (da Cia. dos Dramaturgos) ganha direção de Marcos Loureiro (de La Musica, Hotel Lancaster), após ter participado de vários projetos de dramaturgia contemporânea.

Qual seria a opção mais tranquila: ser um super-herói e combater o crime ou ser uma pessoa comum e enfrentar a realidade de uma sociedade tão complexa? É apresentando esse dilema que a comédia Basílio, o Destemido estreia no Instituto Capobianco - Teatro da Memória, no dia 1º de maio, sábado, às 21 horas. O personagem título, depois de anos vivendo como super-herói, decide se aposentar e se mudar para um prédio de apartamentos onde irá encarar a tarefa mais difícil de sua vida: ser uma pessoa comum. Será que ele vai conseguir?

Texto de Marcos Gomes, da Cia dos Dramaturgos, com direção de Marcos Loureiro, a peça conta a vida de Basílio que, em crise com a sua identidade, está cansado de combater o crime e tudo o que quer é ser um cidadão normal. Porém, sem uma identidade secreta que o proteja e devido à constante presença da mídia, fica exposto à curiosidade das pessoas e é visto como celebridade. Pressionado por interesses políticos, personificados na figura do presidente que deseja sua continuidade no papel de herói, Basílio segue sua árdua trajetória em busca de uma vida comum; sempre imerso em pensamentos sobre sua condição, refletindo sobre a vida e a morte.

Ser uma pessoa comum, porém, é um desafio, pois o torna irrelevante para os demais personagens, acostumados a tê-lo como um exemplo. Sem parâmetros para essa nova realidade, sem lugar para encaixá-la, Basílio é transformado no oposto do que era antes. De celebridade passa à aberração, de super-herói passa a inimigo público. Finalmente, torturado pelos seus piores medos, Basílio sucumbe, voltando à sua condição de herói, esmagado pelo dever e pela impossibilidade de ser diferente e aceito como tal, numa sociedade que padroniza e enquadra, mesmo quando preconiza o diferente como padrão.

É desse paradoxo que a peça trata. Da individualidade coletivizada, que dialeticamente nos agrupa e nos separa. ''Com certeza é mais fácil ser super-herói do que uma pessoa normal. Não é à toa que as principais adversidades enfrentadas pelos super-heróis sejam fruto da relação com cidadãos comuns. Entre vilões e super-heróis há, pelo menos, uma ética clara'', reflete o autor Marcos Gomes.

Com interpretação de Walmir Pavam, Germano Melo, Edson D' Santana, Roberta Uhller, Javert Monteiro e Zeza Mota, da Companhia dos Dramaturgos da Cooperativa Paulista de Teatro, o espetáculo tem cenário de Julio Dojcsar, figurinos de Anne Cerutti, trilha sonora de Maurício Maas e iluminação do próprio diretor.

Montagem:

Para representar as muitas personagens que orbitam ao redor de Basílio (mais de 17) foi formado um elenco composto por seis atores: um fixo (Walmir Pavam), dedicado somente à personagem título, e o restante móvel, formando uma espécie de engrenagem em constante movimento, responsável pela preparação das cenas, trocas de cenários, figurinos e demais personagens.

Em cena, Basílio, o Síndico, o Zelador, a Esposa, Jornalista (s), o Presidente, o Assessor, Natinha, Ladrão, Juiz, Policial 1, Policial 2, Promotor, Advogado, Uniformizados, Cientistas, Passistas, Jogador de Futebol, Alguém.

Com base nessa proposta, os atores que compõem essa engrenagem ficam uniformizados, como numa indústria, e se destacam como personagens só quando incorporam adereços, peças de figurinos e um gestual específico. Em seguida, voltam à função de grupo, organizando a cena. Esse movimento, sempre revelado, além de conferir ritmo à encenação, desloca a personagem para segundo plano, ressaltando os processos materiais que determinam o destino do herói.

Quanto às referências estéticas, duas são utilizadas: a dos quadrinhos e a cinematográfica. Segundo o diretor Marcos Loureiro, ''o uso dessas linguagens vem só complementar a estética da peça. Abusamos das marcações em relevo que o quadrinho exige e da direção de fotografia que o cinema tem para realizar a montagem.'' Balões com onomatopéias, pensamentos e indicações de passagem de tempo são algumas das ferramentas usadas na montagem, assim como uma iluminação pontuada por focos e uma rápida transição entre eles, em referência aos cortes cinematográficos.

O cenário é composto por objetos de cena de fácil mobilidade, destacados por cores fortes aplicadas sob uma camada de elementos da pop arte, como grafites, colagens (imagens), texturas. A trilha também segue esse caminho, por meio de ruídos, temas e efeitos sonoros que marcam a trajetória do herói, como nos filmes do gênero.



Sobre o projeto:

O projeto foi contemplado pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Resulta de um longo processo de trabalho e pesquisa (envolvendo diversos artistas, grupos e instituições), iniciada em 2005, com o projeto Escrita Aberta, da Cia.. dos Dramaturgos (sob orientação de Luis Alberto de Abreu). Foi contemplado pela Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

Esta iniciativa possibilitou o desenvolvimento de 12 textos teatrais (entre eles Basílio, o Destemido), ciclos de leituras públicas, mesas redondas, publicações e a distribuição digitalizada dos textos em escolas de teatro e bibliotecas públicas. Ao final de 2006, Basílio, o Destemido já havia sido lido na Casa das Rosas, no SESI-SP e no Teatro N.Ex.T - as duas últimas já sob a direção de Marcos Loureiro. Ainda neste mesmo ano, foi premiado no concurso nacional de dramaturgia Seleção Brasil em Cena, promovido pelo Centro Cultural Banco do Brasil da cidade do Rio de Janeiro, e ganhou nova leitura dramática, dessa vez sob a direção de Stella Miranda. Em 2007, a convite da Cia Livre, integrou o projeto Cia Livre Conta Novos Dramaturgos.

Sobre o autor Marcos Gomes:

Pela Companhia dos Dramaturgos escreveu e dirigiu as peças Mariposas não sobrevoam lâmpadas halógenas, em parceria com Paula Chagas Autran, Teatro N.Ex.T, 2009; B.O., em 2008 (Espaço dos Satyros e Teatro Ruth Escobar), e em parceria com Fabio Torres, Walmir Pavam e Paula Chagas Autran, o espetáculo Bingo Teatro, em 2007 (Teatro Folha). Adaptou para o teatro, junto com Fabio Torres e Ana Roxo, contos de I.L. Peretz, dando origem ao espetáculo Errantes, ganhador do 1º prêmio do Centro da Cultura Judaica de Montagens Teatrais.

Participou do projeto Escrita Aberta, realizado pela Cia dos Dramaturgos sob orientação de Luís Alberto de Abreu, e contemplado pela Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. Escreve também para o grupo Teatro da Curva, que realizou as encenações das peças O Pronunciamento (2004), escrita durante o workshop paulista do Royal Court Theatre, O Mistério de Charles (2006) e A Bola da Vez (2003), todas sob a direção de Ralph Maizza. Sua peça Basílio, o Destemido, foi premiada, em 2006, com o 3º lugar no Concurso Nacional de Dramaturgia Seleção Brasil em Cena, promovido pelo Centro Cultural Bando do Brasil da cidade do Rio de Janeiro, e sua cena, O Caso Max ou Nunca Brinque Com A Morte, com o 1º lugar no Concurso estadual de Cenas Curta, promovido pelo Educandário Dom Duarte, em 2007. Recentemente integrou o núcleo de dramaturgia do Centro de Aperfeiçoamento Teatral coordenado por João das Neves em parceria com a Funarte e a Cooperativa Paulista de Teatro.

Sobre o diretor Marcos Loureiro:

É diretor e iluminador. Dirigiu com o grupo Kuringa as peças Hotel Lancaster, de Mário Bortolotto (Teatros N.Ex.T, Espaço dos Satyros e Parlapatões) e Delicadeza, de João Fabio Cabral, realizada com apoio do PAC/2006. Com a Cia Teatro Provisório-Definitivo dirigiu a peça O Colecionador, de John Folwes, que estreou no teatro SESC-Belenzinho, em 2003. Assina em parceria com Ruy Cortez a direção da peça A Louca de Chaillot, de Jean Giraudoux, e em parceria com Fauzi Arap a direção da peça Chorinho, premiada em 2007 pela APCA (melhor texto). Como assistente de direção trabalhou com Hugo Possolo, Fauzi Arap, entre outros. Recentemente dirigiu a peça La Musica, de Marguerite Duras, que ficou em cartaz no TUCARENA.

Serviço:

Espetáculo Basílio, o Destemido - Estreia dia 1º de maio de 2010, sábado, às 21 horas, no Instituto Capobianco - Teatro da Memória. Temporada: sexta e sábado, às 21h, e domingo às 19h até 30 de maio. *Não haverá espetáculo dia 23 de maio. Dramaturgia: Marcos Gomes. Direção: Marcos Loureiro. Elenco: Walmir Pavam, Germano Melo, Edson D´Santana, Roberta Uhller, Javert Monteiro e Zeza Mota. Cenário: Julio Dojcsar. Figurino: Anne Cerutti. Trilha Sonora: Maurício Maas. Iluminação: Marcos Loureiro. Fotos: Bob Sousa. Ilustração: André Kitagawa. Projeto Gráfico: Flopt! Design/Lucianno Maza. Produção: Marcos Gomes. Co-produção: Lucianno Maza. Realização: Companhia dos Dramaturgos da Cooperativa Paulista de Teatro. Ingressos: R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (meia). Censura: recomendado a partir de 14 anos. Duração: 80 minutos. Gênero: comédia.

Instituto Capobianco - Teatro da Memória -
 http://www.institutocapobianco.org.br/
 – Rua Álvaro de Carvalho, 97 - Centro/SP - Tel: (11) 3237-1187 Capacidade - 99 lugares. Bilheteria: 1h30 antes do espetáculo. Aceita dinheiro e cheque. Faz reservas por telefone. Ar condicionado.

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