quarta-feira, 19 de maio de 2010

Óidipous, filho de Laios, de Quinet, no Teatro Coletivo (São Paulo, SP)


Édipo pelo avesso


Estreia em São Paulo, no dia 4 de junho, a peça Óidipous, filho de Laios, do dramaturgo e psicanalista Antonio Quinet

Sucesso de público no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, estreia em São Paulo, no dia 4 de junho, a peça Óidipous, filho de Laios – releitura do psicanalista e dramaturgo Antonio Quinet sobre o original de Sófocles Édipo Rei. A peça estará em cartaz, de sexta a domingo, até o dia 27 de junho, no Teatro Coletivo (Rua da Consolação, 1623 – Consolação). Veja datas e horários no serviço abaixo.

Óidipous, filho de Laios – que tem direção de movimento de Regina Miranda e exibe uma vídeo-interferência assinada pela artista plástica Niura Bellavinha -, propõe uma reflexão sobre o avesso do mito Édipo. Segundo Antonio Quinet, “o espetáculo sugere um questionamento sobre a essência do homem, e o caráter trágico desta civilização renegada pela mercantilização generalizada onde tudo tende a ser superficial, descartável e fluido”.

Ele explica que na adaptação do texto original de Sófocles foi realizada uma “transcriação”. “Este termo, de Haroldo de Campos, é usado para designar a tradução criativa, com todas as licenças poéticas, cujo texto o autor pode reivindicar como original e próprio”, afirma. “Toda transcriação é necessariamente uma interpretação. A nossa foi efetuada a partir da psicanálise e da filosofia e do ponto de vista do qual pretendemos contar a história: o tema da maldição herdada e a posição de Óidipous de ignorá-la”.

Após três anos de pesquisa, com a colaboração dos professores e pesquisadores Fernando Salis e de Izabela Bocayuva e consultoria do helenista Jean Bollack, Antonio Quinet afirma que chegou a uma versão do texto que foi sofrendo modificações ao longo de 15 meses de ensaios e pesquisa cênica, até a estréia em março de 2009, que ocorreu no Rio de Janeiro (RJ). “Mantivemos os nomes dos personagens e algumas palavras em grego, não só para o espectador provar o sabor da língua matriz, mas para mostrar como o nome de Édipo (Óidipous) pode ser escutado no enigma da Esfinge”.

Teatro e psicanálise

Quinet - cuja formação psicanalítica foi realizada em Paris com Lacan e no Teatro com Amir Haddad, José Celso Martinez Correia, entre outros - é um dos poucos no Brasil a trabalhar a relação entre psicanálise e teatro dentro e fora dos âmbitos acadêmicos. Esta relação está presente em Óidipous, filho de Laios, e de alguma forma em suas peças anteriores X, Y e S: A Abertura do Teatro Íntimo de Strindberg, de 2005; e Artorquato, de 2006. “Posso dizer que é uma proposta bem original, pois não conheço quem articule psicanálise e teatro profissional no Brasil, vi experiências na França e Argentina”, diz. Segundo ele, o teatro e a psicanálise lidam com o mesmo material: os conflitos e a divisão do sujeito com suas questões sobre a existência, o sexo, a morte, a dor, a criação e a relação com o outro. “O teatro leva no real da cena as verdades censuradas do inconsciente”.

Já na academia, Quinet coordena o projeto “Psicanálise e Teatro”, no Mestrado em Psicanálise, Saúde e Sociedade da Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro (RJ), de onde originou a “Cia. Inconsciente em Cena”, criada por ele em 2007, formada por atores - pesquisadores.

Médico, psiquiatra, psicanalista e doutor em filosofia, Antonio Quinet estudou durante 10 anos na escola de Lacan na França e atualmente é professor convidado do Instituto de Psiquiatria da UFRJ onde desenvolve pesquisa com entrevista de pacientes. Docente de Formações Clínicas do Campo Lacaniano Rio de Janeiro. Autor dos livros "As 4+1 condições da análise" (10ª ed.), "Teoria e clínica da psicose", "A descoberta do inconsciente", "Um olhar a mais", "A lição de Charcot", "Psicose e laço social" e "Artorquato" (Editora 7letras). No exterior publicou "Las condiciones del analisis" (Argentina) e "Un plus-de-regard" (França).

Serviço

Óidipous, filho de Laios

Data: de 4 a 27 de junho, de sexta a sábado

Horário: 21 horas (sexta e sábado) e 20 horas (domingo)

Local: Teatro Coletivo (Rua da Consolação, 1623 – Consolação)

R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)

Mais informações no blog da peça:

http://oidipousfilhodelaios.blogspot.com/

Assessoria de imprensa

Sinal de Fumaça – A comunicação original

Tel: (31) 3264-4404

Sérgio Stockler: (31) 9143-1001, Aline Ferreira: (31) 8778-1774 e Lívia Aguiar (11) 6296 0050

e-mail: aline@sinaldefumaca.com.br

Fonte para entrevistas:

Antonio Quinet
Tel: (21) 2294 0786 ou 9329 1001

quinet@openlink.com.br

FICHA TÉCNICA

Transcriação do texto e Direção geral: Antonio Quinet

Elenco: Ilya São Paulo, Aline Deluna, André Roman, Alexandre Mendes, Amauri Lorenzo, Carla Stank, Dora de Andrade, Júlio Rocha, Sandra Prazeres e Stefani Ribeiro.

Músicos: Djalma Correa e Edson Barbosa

Composição e Direção musical: José Eduardo Costa Silva

Direção de movimento: Regina Miranda

Assistência de direção / assistência de direção de movimento: Renata Diniz

Cenografia: Antonio Quinet

Figurino: Valéria Naslausky

Iluminação: Éder Nascimento

Preparação vocal: Domingos Sávio de Oliveira

Assist de figurino: Amanda Vendramin

Aderecista: Alan Castilhos

Operador de luz: Renata Diniz

Operador de vídeo: Erick Fonseca

Auxiliar técnico: Pedro Vítor Araújo

Vídeo Interferência: Niura Bellavinha (artista exclusiva da galeria Brito Cimino)

Vídeo “A dor de Iokaste”: Fernando Salis

Participação em vídeo: Tatiana de Farias e Laura Farias Magalhães da Silveira

Colaboração na pesquisa de texto: Fernando Salis

Colaboração na pesquisa teórica: Macla Nunes

Voz em off: Pedro Lage

Consultoria do grego: Izabela Bocayuva

Produção: Atos & Divãs Produções

Direção de produção: André Roman Infante

Assessoria de Imprensa: Sinal de Fumaça

Projeto Gráfico: Matheus Guatimosim

Fotos: Chico Lima

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