segunda-feira, 4 de abril de 2011

Seminário Música da Cena acontece na Terreira da Tribo (Porto Alegre, RS)

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O Seminário Música da Cena acontecerá de 6 a 8 de abril na Terreira da Tribo (rua Santos Dumont, 1186), às 20 horas, com entrada franca, reunindo músicos, compositores e atores para debaterem as criações musicais no teatro brasileiro contemporâneo. O Seminário Música da Cena faz parte do Projeto Conexão Música da Cena que a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz e o Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, de Natal (RN), estão desenvolvendo neste ano com o apoio do Programa Rumos Itaú Cultural de Teatro. Durante o Seminário será realizada na parte da manhã, nos dias 7, 8 e 9 de abril, das 9 às 13 horas, a oficina A música da cena: princípios da atuação polifônica para o ator e o músico com Marco França, diretor musical do Clowns de Shakespeare. As inscrições gratuitas serão realizadas no dia 5 de abril na Terreira da Tribo, das 9 às 18 horas.

A partir da prática dos grupos, o Projeto Conexão Música da Cena prevê uma série de atividades relativas à investigação da linguagem musical no teatro. Além da troca em si entre os grupos – com encontros, seminários e oficinas programados no mês de abril em Porto Alegre e agosto em Natal – será realizado um mapeamento eletrônico dos profissionais ligados à música para a cena no país. A partir do levantamento destes profissionais – músicos, compositores, arranjadores, diretores musicais, etc. – será enviado um formulário com questões acerca da prática destes profissionais, no intuito de um primeiro levantamento de quem trabalha nesta área no Brasil.

O registro deste processo desenvolvido pelos grupos – tanto nas atividades à distância, quanto nos encontros presenciais – poderá ser acompanhado através do blog musicadacena.blogspot.com e nas publicações Cavalo Louco – Revista de Teatro da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz e Revista Balaio, do Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare. Na etapa em Porto Alegre, os dois grupos desenvolverão de 6 a 12 de abril experimentos cênicos com ênfase na pesquisa musical. Os experimentos serão direcionados também a investigar as diferenças entre o trabalho musical para o teatro na rua, palco e espaços alternativos. O resultado destes dias de intercâmbio será apresentado em Ensaio Aberto ao público no dia 12 de abril, às 20h, na Terreira da Tribo.

Programação Seminário Música da Cena:

Dia 6/4, quarta-feira – Bate papo “O uso da música nos processos de criação do Clowns de Shakespeare e Ói Nois Aqui Traveiz”, com participação dos grupos teatrais e dos músicos Marco França e Johann Alex de Souza

Dia 7/4, quinta-feira – Ensaio aberto do espetáculo “O Capitão e a Sereia” do Clowns de Shakespeare e bate papo sobre o uso da música no espetáculo

Dia 8/4, sexta-feira – Debate “A música para teatro em Porto Alegre”, com participação de Flávio Oliveira, Luiz André da Silva, Johann Alex de Souza e Marcos Chaves.

Palestrantes:

Marco França

Músico profissional, tecladista, compositor, produtor musical e arranjador, participou de diversas gravações de CDs e shows com vários artistas nacionais e internacionais. No teatro atua como diretor, ator e diretor musical do grupo de teatro Clowns de Shakespeare, onde desenvolve pesquisa musical com base na preparação do ator e na criação cênica a partir de jogos musicais.

Johann Alex de Souza

Músico profissional há mais de vinte anos, atuando como instrumentista, compositor e professor de educação artística. Graduou-se no curso de Licenciatura em Música pela UERGS/FUNDARTE e fez especialização em Pedagogia da Arte FACED/UFRGS. Compôs música de cena para o grupo teatral Vento Forte (SP) e Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, para quem realizou, entre outras, a trilha de “Aos que virão depois de nós - Kassandra in Process”, melhor trilha sonora original no Prêmio Açorianos 2002 e melhor música no Prêmio Shell de Teatro 2007. Em 2008 finalizou seu primeiro CD, em parceria com a cantora Leonor Melo, intitulado Ópera de Quarto.

Flávio Oliveira

Compositor e pianista, é licenciado em Grego e Português pela UFRGS. Estudou composição com R. Schnorrenberg, A. Albuquerque e W.C. de Oliveira dentre outros mestres. Exerceu atividades docentes na área de composição, orquestração e análise no IA-UFRGS, ECA-USP, ILA-UFSM, Conservatório Musical-UFPEL e FUNDARTE. Suas composições tem sido apresentadas no Brasil e no exterior e várias estão disponíveis em CDs. Compõe para o teatro desde 1964, sendo que muitas de suas músicas de cena receberam prêmios locais e nacionais.

Luiz André da Silva

Regente, compositor, arranjador e instrumentista, diretor musical e produtor de diversos espetáculos de música e teatro, diretor fundador da Escola de Música EArte.

Marcos Chaves

Artista teatral e musical, formado em Música pela Universidade Federal de Pelotas, Especialista em Encenação Teatral pela Universidade Regional de Blumenau e Mestrando em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul com pesquisa na sonoridade da cena teatral. Ator, criador de trilha sonora, preparador vocal e diretor musical de "O Avarento" (2009) e "Tartufo" (2011), espetáculos que integram a premiada trilogia "As Três Batidas de Molière" do Grupo Farsa de Porto Alegre.

ENSAIO ABERTO: O CAPITÃO E A SEREIA do Clowns de Shakespeare

Dia 7 de abril, às 20h, na Terreira da Tribo

A dramaturgia tem como livre inspiração a obra homônima de André Neves, pernambucano radicado em Porto Alegre, cujo livro foi um dos finalistas do Prêmio Jabuti 2008 de literatura infantil. O autor criou a história de Marinho, um sertanejo que cresceu ouvindo histórias e canções sobre o mar, o que acabou lhe gerando uma grande paixão. Com o tempo Capitão Marinho desenvolve a habilidade de contar histórias e resolve montar uma trupe de mambembes para sair pelo sertão a encantar as pessoas com suas histórias marítimas. Tudo ia bem até o dia em que simplesmente resolve deixar o grupo e decide finalmente conhecer o mar. Porém, ao invés de contar a saga do herói que parte em busca do seu sonho, os Clowns de Shakespeare escolheram contar a história da trupe que ficou.

OFICINA A música da cena: princípios da atuação polifônica para o ator e o músico

De 7 a 9 de abril, das 9h às 13h

Inscrições: dia 5 de abril, das 9h às 18h, na Terreira da Tribo

Voltado para atores, bailarinos, diretores e músicos, a oficina parte da prática desenvolvida pelo Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare em sua pesquisa musical, em diálogo com os princípios da atuação polifônica proposta pelo Maestro Ernani Maletta (UFMG), esta oficina apresenta possibilidades de uma prática de criação musical como elemento de construção cênica. Os procedimentos utilizados em sala de ensaio pelos Clowns de Shakespeare são trabalhados através de estruturas coreográficas, desenhos rítmicos, de exercícios vocais, pequenas canções e do canto coral, tendo como foco a transposição de elementos de composição musical (ritmo, pulsação, timbre, etc.) para a composição da cena.

Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare

Criado há dezessete anos em Natal, Rio Grande do Norte, o grupo vem desenvolvendo uma investigação com foco na construção da presença cênica do ator, a musicalidade da cena e do corpo, e teatro popular e comédia, sempre sob uma perspectiva colaborativa. Mesmo sem trabalhar diretamente com palhaço, a técnica do clown está presente em sua estética, seja na lógica subvertida do mundo, seja na relação direta e verdadeira com a platéia, seja no lirismo que compõe o universo desses seres. Além, é claro, de toda sua carga cômica. As comédias shakespearianas vieram a contribuir para essa pesquisa. Sem adotar uma atitude “museológica” sobre o bardo, no entanto sem desrespeitar a sua genialidade, o desafio tem sido encontrar, na universalidade da obra do dramaturgo, o que faz sentido para o grupo. No seu currículo, o grupo trás importantes conquistas que conferem uma posição de referência na cena potiguar e nordestina.

Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz

A Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz surgiu em 1978 com uma proposta de renovação radical da linguagem cênica. Durante esses anos criou uma estética pessoal, fundada na pesquisa dramatúrgica, musical, plástica, no estudo da história e da cultura, na experimentação dos recursos teatrais a partir do trabalho autoral do ator. Não se limitando à sala de espetáculos, desenvolveu uma linguagem própria de teatro de rua, além de trabalhos artístico-pedagógicos junto à comunidade local. Abriu um novo espaço para a pesquisa cênica - a Terreira da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, que funciona como Escola de Teatro Popular, oferecendo diversas oficinas abertas e gratuitas para a população. A organização da Tribo é baseada no trabalho coletivo, tanto na produção das atividades teatrais, como na manutenção do espaço. O Ói Nóis Aqui Traveiz segue uma evolução contínua e constitui um processo aberto para novos participantes. Para a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz o teatro é instrumento de desvelamento e análise da realidade: a sua função é social, contribuir para o conhecimento dos homens e ao aprimoramento da sua condição.

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