quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Centro de Reciclagem de Atores ,programação out/2010 (Rio de Janeiro, RJ)


OUTUBRO: Susanna Kruger, Hamilton Vaz Pereira, Alexandre Mello e Paulo de Moraes


CRA – CENTRO DE RECICLAGEM DE ATORES

Está funcionando no Teatro Maria Clara Machado – Planetário, o Centro de Reciclagem de Atores, voltado para a reciclagem e o treinamento continuado de atores profissionais. Todas as segundas-feiras das 19h às 22h, durante o ano haverá aula com um professor diferente a cada semana.

Entre os ministrantes da reciclagem estarão renomados diretores como Moacir Chaves, Daniel Herz, Christiane Jatahy, Marcio Libar, Hamilton Vaz Pereira, Jefferson Miranda, Ivan Sugahara, entre outros.

Coordenando o CRA, a Diretora Geral do coletivo Clube da Cena e uma das diretoras Artísticas do Teatro Maria Clara Machado – Planetário, Cristina Fagundes.

Há abertura de novas vagas para o workshop mensalmente e o preenchimento das vagas é feito via seleção de currículo. O projeto é voltado apenas para atores com registro profissional.

Os interessados em ingressar no CRA, devem enviar currículo para cris1@ism.com.br

A mensalidade é de 250 reais e as vagas são limitadas. Indicando um amigo que também venha a ser selecionado você ganhará 20% de desconto na primeira mensalidade.

Mais informações: 21 9666-9954

Seguem abaixo os ministrantes do CRA em OUTUBRO:

DIA 04- Susanna Kruger

DIA 11 – Hamilton Vaz Pereira

DIA 18 – Alexandre Mello

Dia 25 – Paulo de Moraes

SOBRE OS MINISTRANTES:

DIA 04 – SUSANNA KRUGER

Susanna Kruger é atriz e diretora premiada. Começou seus estudos em 1977, no Teatro O’Tablado ingressando depois no Grupo TAPA onde atuou por cinco anos. Produziu e atuou em todas as montagens do Festival de Teatro Brasileiro -1985 à 1990. Em 1993 fundou a Companhia Atores de Laura que co-dirigiu artisticamente por 16 anos. Em 2000 passou a dirigir o Teatro Miguel Falabella e durante os nove anos em que esteve a frente de sua programação artística desenvolveu um projeto de formação de um público de teatro na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Atuou em diversas montagens teatrais. Entre Prêmios e indicações, destacam-se Prêmio MINC Troféu Mambembe de melhor atriz (1988), Prêmio Coca-Cola de Teatro Jovem na categoria melhor direção (1996/1997). Em 2007 recebeu cinco prêmios por sua atuação no filme Esconde-Esconde, entre eles o do Festival de Brasília de Cinema Brasileiro. Por sua interpretação em CASA DE LAURA foi indicada ao Prêmio Shell de Teatro 2008 na categoria melhor atriz, trabalho que permanece em cartaz há quase dois anos consecutivos.

Desde 1988 desenvolve um trabalho voltado para a atuação teatral através de seus cursos livres na Casa de Cultura Laura Alvim, além de outros ministrados no Centro Cultural do Banco do Brasil, no Teatro Miguel Falabella, no SESC Rio e São Paulo, no Baukurs Cultural - onde também coordena uma reciclagem voltada para professores de teatro.

DIA 11 – HAMILTON VAZ PEREIRA

Hamilton de Souza Pinto Vaz Pereira (Rio de Janeiro RJ 1951). Diretor, autor, ator, compositor e diretor musical. Líder do Asdrúbal Trouxe o Trombone, grupo carioca que invade a cena com temática, personagens e modo de representar próprios da geração jovem da década de 70. Sua linguagem toma como centro de investigação o cotidiano da equipe de atores e reúne uma série de princípios que definem a produção dos grupos teatrais dos anos 70.

Hamilton faz curso de teatro com Maria Clara Machado, em O Tablado, de 1968 a 1970. É aluno de Sergio Britto, no Teatro Senac, em 1972. No ano seguinte, estuda no Teatro Ipanema, coordenado por Ivan de Albuquerque e Rubens Corrêa.

Inicia carreira profissional, em 1974, em O Inspetor Geral, estréia do Asdrúbal Trouxe o Trombone, no qual atua como diretor de todos os espetáculos e como integrante - trabalhando também na produção, na trilha sonora e na finalização dos textos.

Em 1975, dirige Ubu Rei, uma irreverente versão do texto de Alfred Jarry, confirmação do talento do conjunto. Trate-Me Leão, sua terceira direção dentro do grupo, inaugura, por meio da criação coletiva, uma nova linguagem na cena teatral brasileira ao propor um teatro que fala a língua da juventude carioca de Ipanema, construído por um processo de improvisações que resulta em narrativa fragmentada. O crítico Yan Michalski considera a direção "absolutamente brilhante".

Em 1980, é a vez de Aquela Coisa Toda, agora com roteiro assinado pelo próprio Hamilton sobre uma "dispersa trupe de solitários", inspirada na experiência coletiva do grupo. Em A Farra da Terra, 1983, última montagem do grupo, o diretor constrói um roteiro baseado em imagens, textos e fotos. No Teatro Villa-Lobos, apenas vinte espectadores assistem à encenação que une atores e público no palco, se deslocam pelo espaço e usam as cadeiras da platéia como cenário. A linguagem coloquial, urbana e cômica dos primeiros espetáculos ganha um tom poético e uma ênfase musical.

Mesmo com o desmembramento do grupo, a proposta e o estilo do diretor se mantêm, mas não encontram em cena os parceiros de criação que identificavam sua linguagem - os espetáculos não trazem mais as interpretações de Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães. Inicia-se uma fase de valorização do elemento intelectual, em que as citações se sobrepõem à ação. É a fase de Ataliba, a Gata Safira, 1988, e de Nardja Zulpério, 1989. Em 1995, em 5 x Comédia, de Vicente Pereira, Mauro Rasi, Pedro Cardoso, Luis Fernando Veríssimo e Hamilton Vaz Pereira, reúne cinco comediantes de prestígio, Pedro Cardoso, Débora Bloch, Diogo Vilela, Fernanda Torres e Luiz Fernando Guimarães, espetáculo que é sucesso de bilheteria. Em seguida, o autor e diretor retorna à interpretação livre dos clássicos, seja dos gregos, Uiva e Vocifera, 1997, ou, de William Shakespeare, Omelete, escrito por José Roberto Torero,1998.

Filho rebelde de O Tablado, formado no Teatro de Grupo dos anos 70, Hamilton torna-se um artista múltiplo, assinando sempre mais de uma criação nas fichas técnicas de seus espetáculos.

DIA 18 – ALEXANDRE MELLO

Alexandre Mello é especializado na preparação de atores para o aprofundamento de personagens a partir da ação física. Desenvolve uma dinâmica própria de trabalho há vinte anos e atua como professor de interpretação na UniverCidade desde 1994. Fundou em 2005 o Grupo Ateliê Usina e organizou o livro Vestindo Nelson pela Editora Francisco Alves.

Em 2005 com o Ateliê Usina estréia Labirinto ou O estado em que me encontro na Escola de Cinema Darcy Ribeiro; realizou a intervenção Revelação/revolução na Estação Leopoldina no festival Riocenacontemporânea e Oriente-se!® na Cinelândia em 2006. Insulto público de Peter Handke em novembro/2005 no Teatro da UniverCidade e em 2006 no CCBB-Teatro II. Teorema, co-direção da Cia de Dança Márcia Rubin, CCBB. Canção de Mim Mesmo de Walt Whitman – Espaço SESC em outubro de 2006; em 2007 – Canção de Mim Mesmo – a proposição – Sesc Avenida Paulista – agosto e setembro; Quatro Pessoas de Mário de Andrade – Espaço SESC – maio de 2008.

Como diretor realizou também: O Rinoceronte de E.Ionesco – Espaço Cultural Sergio Porto e Espaço III do Teatro Villa-Lobos- 1997/98. A Paisagem Daqui é Outra – Itaú Cultural- São Paulo e X Panorama de Dança, Espaço Cultural Sergio Porto- (Escolhido entre os Dez Melhores do Ano de 2001 pela Crítica de O Globo)-com Cia. Márcia Rubin. Vassah de Máximo Gorki- Teatro Villa-Lobos, Teatro São Pedro (POA), Caxias do Sul, Teatro Sergio Cardoso (SP) 2000/01, Who´s gonna kill me?, performance no RioCena –Teatro Carlos Gomes- 2002, Vestido de Noiva de Nelson Rodrigues no Teatro do SESI Junho/julho de 2003.

Como ator no Grupo Mergulho no Trágico fez: Édipo Rei; Oréstia; Prometheus e As Troianas. Premiados com o Mambembe 1989 e o Shell 1990. Fez Ñaque de Sanchis Sinisterra – Turnê em Portugal- direção de Moncho Rodrigues – 1992; Family Voices de Harold Pinter – Teatro II do CCBB- direção: Silvia Paselo- 1995; Perdida nos Apalaches de Sanchis Sinisterra – Casa da Gávea- Direção: Sanchis Sinisterra-1997; Acteon de Virgílio Piñera – EntrèScenen Teatret- Aarhus, Dinamarca- direção: Miyoko Kataoka- 1998. Atuou em Capital Federal –CCBB no Rio e em Na Geladeira no Espaço SESC em 2003 e circuito SESC-RJ, em turnê. Participou do Festival de Moañas (Espanha); Festival de Teatro Grego (Ribeirão Preto- SP); Porto Alegre em Cena, Internacional de Teatro de Almada (Portugal), RioCena Contemporânea em 2002/03/05 e FENARTE 2003 (João Pessoa). Atualmente (2010) em cartaz com o espetáculo HAMELIN de Juan Mayorga no CCBB Rio, depois de temporada de CCBB São Paulo. Apresentou-se ainda em Fortaleza, Salvador e Manaus. Atualmente prepara MIRA! em parceria com Oscar saraiva com estréia prevista para o dia 10 de junho na arena do Espaço SESC.

DIA 25 – PAULO DE MORAES

Diretor, autor e cenógrafo. Diretor artístico da Armazém Companhia de Teatro, busca um teatro mais próximo do jogo, pensado em grande medida com base na relação do ator com o espaço cênico. Funda uma dramaturgia própria, inspirando-se livremente na literatura e dramaturgia clássica para apresentar as reflexões do grupo.

Inicia a carreira em Londrina, Paraná, em 1984, no elenco de Toda a Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues, montada pelo Grupo Delta, com direção de José Antonio Teodoro. Forma-se em jornalismo e, ainda jovem, ministra oficinas de iniciação teatral no Colégio Delta. Em 1987, estreia na direção teatral com seu grupo de alunos, encenando a peça Aniversário de Vida, Aniversário de Morte, adaptação sua para o texto de Nossa Cidade, de Thornton Wilder. Funda então, em Londrina, a Cia. Dramática Bombom Pra Que Se Pirulito Tem Pauzinho Pra Se Chupar.

Com a repercussão que o primeiro espetáculo alcança, o diretor dá continuidade ao trabalho com o grupo. Monta Périplo, o Ideograma da Obsessão, criando um roteiro com base em fragmentos da obra de Oswald de Andrade, em 1988, e, no ano seguinte, o grupo aluga um barracão onde se instala e inicia a investigação das potencialidades da cena em espaços alternativos. Em 1990, retoma a estética da colagem de fragmentos na peça A Construção do Olhar, com base na obra de William Shakespeare. Um ano depois, encena Alabastro, adaptação sua para a peça Salomé, de Oscar Wilde.

O grupo passa a se chamar Armazém Companhia de Teatro, se estabelece em nova sede e estreia, em 1993, A Ratoeira É o Gato, discurso sobre a violência com colagem de textos de Michel de Ghelderode, Heiner Müller e outros autores. Com esse espetáculo faz temporada no Rio de Janeiro e recebe elogios da crítica, que ressalta tanto a ligação estreita entre a cena e a cenografia (criada também por Paulo de Moraes) quanto a disponibilidade dos atores para a acrobacia. Segundo Barbara Heliodora, "todo o grupo mostra ótima preparação corporal, e esta é usada para a criação do personagem e o bom funcionamento das cenas, não para exibicionismos gratuitos e nem como substituto de interpretação; a todos os momentos há desenho de personagem e verdade interpretativa, indispensáveis mesmo quando, como aqui, a linha é totalmente antirrealista e os valores plásticos uma preocupação de todos os momentos".1

Com o apoio da Secretaria de Cultura de Londrina, Paulo de Moraes dirige, em 1994, A Tempestade, de Shakespeare, com o ator Paulo Autran, à beira do lago Igapó. A companhia comemora os 10 anos com a encenação de Sob Sol em Meu Leito após a Água, texto de Paulo de Moraes em parceira com Mauricio Arruda Mendonça, que propõe um cruzamento do épico indiano O Mahabharata com narrativas populares brasileiras.

Em 1997, a Armazém muda-se para o Rio de Janeiro, e monta, no ano seguinte, Esperando Godot, de Samuel Beckett. Quando o grupo passa a ocupar o espaço da Fundição Progresso, em 1999, estreia Alice Através do Espelho, criação com base na obra de Lewis Carroll. A cenografia de Paulo de Moraes e Gelson Amaral coloca o espectador no centro da ação, e, segundo Macksen Luiz, a encenação "inventa um espaço cenográfico dentro do qual Alice Através do Espelho realiza a 'ação física' da trama, criando um envolvimento concreto [...] penetrando numa dimensão física semelhante às experiências vividas pela personagem".2

A companhia obtém patrocínio permanente da Petrobras, em 2001. Nesse ano, encena Da Arte de Subir em Telhados, texto que elabora um retorno à infância, em renovada colaboração dramatúrgica de Paulo de Moraes com Maurício Arruda Mendonça - parceria que se mantém em trabalhos posteriores. A concepção cenográfica de Moraes recebe o Prêmio Shell. Em 2002, Pessoas Invisíveis apresenta a pesquisa do grupo sobre a obra de Will Eisner; em 2003, Moraes dirige Casca de Noz, adaptação de As Cosmicômicas, de Ítalo Calvino. Em A Caminho de Casa, de 2004, a dupla de dramaturgos propõe ao grupo uma narrativa sobre a fé nos dias atuais. Valmir Santos escreve: "Moraes é um diretor que conjuga o caráter espetacular da cena e a convicção de que o espectador precisa ser envolvido por uma boa história. Não espanta, portanto, que ele maneje cenografia, desenhe luz, crie trilha sonora e pratique a escrita teatral, vezo literário do jornalismo de formação. Opera a fantasia de modo peculiar. Compõe a cena com minúcias, guiado por um sentido lúdico do jogo. Disso não recua mesmo quando impregnado da tragédia".3

Pela direção de Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues, em 2005, Paulo de Moraes recebe o Prêmio Shell. Em 2007, monta com a Armazém Mãe Coragem e Seus Filhos, de Bertolt Brecht, a convite da atriz Louise Cardoso. No ano seguinte, encena dramaturgia oriunda da parceria com Mendonça, Inveja dos Anjos, pela qual recebem o Prêmio Shell de melhor texto.

Em paralelo às atividades desenvolvidas na companhia, Moraes assume a direção de alguns espetáculos: FLAP!, que comemora os 15 anos da Intrépida Trupe, em 2001; O Pequeno Eyolf, de Henrik Ibsen, em 2004; Fala Baixo Senão Eu Grito, da dramaturga Leilah Assumpção, em 2007; e, no mesmo ano, de Pequenos Milagres, projeto do Grupo Galpão, dramaturgia elaborada com base em cartas enviadas ao grupo contendo relatos de pessoas comuns.

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