quinta-feira, 15 de abril de 2010
BANANA MECÂNICA, de Francisco Carlos, no Satyros 1 (São Paulo, SP)
Montagem lisérgica traz à Praça Roosevelt personagens do Carnaval carioca.
Alas, alegorias, sambas-enredo e fantasias são alguns dos apetrechos utilizados pelo dramaturgo e diretor amazonense Francisco Carlos na peça “Banana Mecânica”, que está em cartaz aos domingos, no Espaço dos Satyros Um, às 21h30. O espetáculo faz um resgate do Carnaval carioca de antigamente, das marchinhas carnavalescas e do sambista Noel Rosa, que completaria cem anos em 2010.
O Texto
A peça aborda a tragédia urbana carnavalizada sobre mitos alucinantes, oníricos, surrealistas e fantasiosos, por meio de temas e personagens que compõem a mitologia do Carnaval carioca, como uma Chiquita-bacana-existencialista-sado-masoquista; seu filho-Adônis-Moleque-indigesto; um Pierrot-Adão-Melancólico; um marinheiro Genetiano; uma Eva-Disney; uma atriz-Medusa-Super-Ego; e um Zé-Pereira Baco.
O carnaval carioca, as marchinhas carnavalescas, o teatro de revista, os roteiros cinematográficos das chanchadas, os blocos de rua e o livro “Histórias do Carnaval Carioca”, de Eneida de Moraes, foram as bases que inspiraram o dramaturgo Francisco Carlos.
A Montagem
A encenação é um teatro de múltiplas linguagens que mistura a chanchada (comédias carnavalescas produzidas no Rio de Janeiro nos anos 40 e 50), as linguagens do teatro contemporâneo, teatro de revista (teatro rebolado), danças do carnaval e danças étnicas, performance, circo, Jean Genet, marquês de Sade, o “Paraíso Perdido” do inglês John Milton, a Bíblia, Jules Laforgue, Jorge Luis Borges, Samuel Beckett, Luis da Câmara Cascudo, Braguinha, Simone de Beauvoir, Oswald Andrade, Mikhail Bakhtin, Ezra Pound, cinema-novo, cinema-marginal-urbano-paulistano, vídeo arte, Hélio Oiticica, história em quadrinhos, filmes de ficção científica e espetáculos de cabarés da Lapa (RJ) com as lendas que envolvem a presença de Noel Rosa nesses lugares (que completaria cem anos em 2010).
O elenco é composto por Anthero Montenegro, Eloisa Leão, Fabianna Serroni, Felipe Montanari, Fernando Delabio, Germano Melo, José Trassi, Mafalda Pequenino, Paulo Gaetta.
Ficha Técnica
BANANA MECÂNICA
SINOPSE 1º ATO: Chiquita Bacana lá da Martinica, a de vestido nanica, viaja pelos mares do Sul e conversa com seus espelhos: Maria Lata D´Água, Simone de Beauvoir, Rute-Ester-Judá, Santa Bernadeth da Gruta. Em um camarim, uma atriz-Medusa-Super-Ego do teatro brasileiro (Tônia, Bibi, Fernanda ou Dercy) xinga e discursa sobre os tempos do teatro. O filho de Chiquita Bacana, Adônis-Pernalonga, come tudo o que vê pela frente: biscoitos, entorpecentes, livros. Um Pierrô-Adão-Melancólico dialoga-filosofa com uma Eva-Disney-Colombina sobre o nasce-e-morre-do-ator, paraíso, queda, culpa e perdão.
SINOPSE 2º ATO: Um Marinheiro-Genetiano transformado em porco por Chiquita-Circe, engole Miosótis pelo nariz e fica grávido. Dá luz a um bebezinho iluminado que é assassinado a queima-roupa pelo filho-Moleque-indigesto-de-Chiquita-Bacana, uma queima-de-arquivo, por ordem de Anjo, o Chefe-Invisível-e-Mascarado de uma organização de ladrões. Por castigo, a mãe-Chiquita estupra o filho bandidinho, num crime de incesto e morte. Matou, pagou, Chiquita é julgada e condenada e será queimada no fogo do inferno, onde permanecerá pelos séculos dos séculos.
TEXTO E DIREÇÃO: FRANCISCO CARLOS
ELENCO: ANTHERO MONTENEGRO, ELOISA LEÃO, FABIANNA SERRONI, FELIPE MONTANARI, FERNANDO DELABIO, GERMANO MELO, JOSÉ TRASSI, MAFALDA PEQUENINO, PAULO GAETA.
DIREÇÃO DE MOVIMENTO: ONDINA CLAIS
DIREÇÃO DE CENA: GILBERTO VIEIRA
DIREÇÃO DE ARTE: MÁRCIO COLAFERRO
FIGURINO: FERNANDO DELABIO
ILUMINAÇÃO: KARINE SPURI
DIREÇÃO MUSICAL: GIRLEY MIRANDA
DJ: EVELYN CRISTINA
DESIGN GRÁFICO: JÔ FEVEREIRO
PRODUÇÃO EXECUTIVA: ELISETE JEREMIAS
FOTOGRAFIA: PEDRO ARCENE
CENOTÉCNICA: MATEUS FIORENTINO
MAKE-UP: MARCELO PRADO
QUANDO: DOMINGOS, 21h30.
ONDE: ESPAÇO DOS SATYROS UM, PÇ. FRANKLIN ROOSEVELT, 214, PRÓXIMO À ESTAÇÃO REPÚBLICA DO METRÔ, TEL. 11 3258-6345.
QUANTO: R$ 20 (INTEIRA), R$ 10 (MEIA).
LOTAÇÃO: 70 LUGARES.
DURAÇÃO: 80 MINUTOS.
CLASSIFICAÇÃO: 16 ANOS.
GÊNERO: CHANCHADA TRÁGICA.
NOVA TEMPORADA: 4 A 25 DE ABRIL DE 2010.
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